Caros Amigos,
Mudei de endereço.
Agora estou no potal O POVO Online.
Espero continuar com a leitura de vocês neste link:
http://blog.opovo.com.br/pliniobortolotti/
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Folha dá bolsa para pesquisa em jornalismo
O jornal Folha de S. Paulo abriu concurso para incentivar pesquisas sobre a história do jornalismo brasileiro. O programa "Folha Memória" selecionará três projetos de pesquisa e premiará seus autores com uma bolsa de R$ 2.300 mensais durante seis meses, mediante reembolso de despesas.
Nesse períododo, os candidatos selecionados - orientados por jornalista da Folha - terão de produzir pesquisa com rigor acadêmico e transformá-la em texto de caráter jornalístico. O melhor dos três trabalhos será publicado em livro editado pela Publifolha, e seu autor ganhará um notebook.
Leia mais. Ficha de inscrição.
Nesse períododo, os candidatos selecionados - orientados por jornalista da Folha - terão de produzir pesquisa com rigor acadêmico e transformá-la em texto de caráter jornalístico. O melhor dos três trabalhos será publicado em livro editado pela Publifolha, e seu autor ganhará um notebook.
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Twitter?, hem?
Dizem por aí que o jovem é "conectado", que sabe tudo das "novas mídias", etc. Escutem esta: um jornalista do O POVO foi fazer palestra sobre o ofício em um colégio particular, para alunos do terceiro ano do ensino médio. Fazia um mea culpa pelo fato de o jornal ter demorado a descobrir o potencial do Twitter, quando ouviu exclamações: o quê?, hem? Então perguntou: alguém aqui sabe o que é Twitter? Cerca de 30 alunos, ninguém sabia.
Bom, pode ser que todos soubessem o que é Orkut, mas será que eles não leem nada sobre o que se passa no mundo virtual no qual eles vivem? Ou será que a sala é uma exceção?
A propósito, Twitter é uma das chamadas "mídias sociais", uma rede de relacionamento interpessoal, que permite postar mensagens até 140 caracteres. É um microBlog, agora blog é... Acho que Blog [quase] todo mundo já sabe o que é. Veja aqui uma lista de utilidades para o Twitter.
Bom, pode ser que todos soubessem o que é Orkut, mas será que eles não leem nada sobre o que se passa no mundo virtual no qual eles vivem? Ou será que a sala é uma exceção?
A propósito, Twitter é uma das chamadas "mídias sociais", uma rede de relacionamento interpessoal, que permite postar mensagens até 140 caracteres. É um microBlog, agora blog é... Acho que Blog [quase] todo mundo já sabe o que é. Veja aqui uma lista de utilidades para o Twitter.
IPhone obrigatório em faculdade americana
O curso de Jornalismo da Universidade do Missouri [Estados Unidos] exigirá que seus alunos tenham um iPhone ou iPod Touch como material indispensável a partir do próximo semestre, para download de material. Segundo comunicado da universidade, divulgado pela imprensa americana, o reprodutor de mp3 iPod Touch, fabricado pela Apple, é "requisito mínimo" para os estudantes de Jornalismo.
De leve, no folheto que divulgava a novidade, a faculdade aproveitou para fazer uma publicidade básica: "A melhor solução para os estudantes que não tenham iPod Touch ou iPhone é ir à TigerTech, loja de informática da universidade, e comprar um", ressalvando que os alunos teriam direito "desconto" e "facilidades" de financiamento para adquirir o aparelho. [Da agência EFE, reproduzido por Yahoo
De leve, no folheto que divulgava a novidade, a faculdade aproveitou para fazer uma publicidade básica: "A melhor solução para os estudantes que não tenham iPod Touch ou iPhone é ir à TigerTech, loja de informática da universidade, e comprar um", ressalvando que os alunos teriam direito "desconto" e "facilidades" de financiamento para adquirir o aparelho. [Da agência EFE, reproduzido por Yahoo
terça-feira, 12 de maio de 2009
Jornalistas: pesquisa
O editor do Observatório da Imprensa, Luiz Egypto, e outros três pesquisadores desenvolvem estudo sobre "Indicadores de Qualidade Jornalística", conduzida pela Rede Nacional de Observatórios de Imprensa (Renoi) com apoio da Unesco.
Se você é jornalista, e quer contribuir com o estudo, pode responder a um questionário sobre o tema, neste endereço [cerca de 5 minutos].
Mais informações podem ser obtidas diretamente com os pesquisadores.
Prof. Dr. Josenildo Guerra (coordenador)
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
josenildoguerra@yahoo.com.br
Prof. Dr. Rogério Christofoletti
Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
rogerio.christofoletti@uol.com.br
Prof. Dr. Danilo Rothberg
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
danroth@uol.com.br
Ms. Luiz Egypto de CerqueiraProjor
Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo
Observatório da Imprensa
legypto@gmail.com
Se você é jornalista, e quer contribuir com o estudo, pode responder a um questionário sobre o tema, neste endereço [cerca de 5 minutos].
Mais informações podem ser obtidas diretamente com os pesquisadores.
Prof. Dr. Josenildo Guerra (coordenador)
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
josenildoguerra@yahoo.com.br
Prof. Dr. Rogério Christofoletti
Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
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Prof. Dr. Danilo Rothberg
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Ms. Luiz Egypto de CerqueiraProjor
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segunda-feira, 11 de maio de 2009
101º Macaco
Recebo e-mail de Hélcio Brasileiro, da agência de publicidade 101º Macaco [leia "centésimo primeiro macaco", sim é o nome da agência, ponha no Grande Guru Google e descubra o porquê.] diretamente do Copacabana Palace [Rio], dizendo o seguinte:
[Estou no] Wave Festival, onde há 1.113 trabalhos publicitários de 94 agências de toda América Latina. Além de contar com os pesos pesados de sempre, o festival foca no debate de novas mídias e novos modelos de negócios em comunicação. Nossa campanha (101º Macaco) para a Athos ficou entre os finalistas de campanha online integrada, a principal categoria de Cyber.
Olha o nível dos outros finalistas. Colocamos o Ceará no mapa da publicidade latino-americana. Tô feliz demais. :)
CyberCampanha Integrada
1 - T-Racer (Agência Click) - Grand Prix da Cyber - http://www.congado.net/2009/fiat/puntotjet/campanha/pt/
2 - Hoy Puede ser un Grande Dia (BBDO Argentina) - Bronze (não teve prata)http://chuerta.com/awards/lays.html
3 - Mandale Un menaje a tu ex (BBDO Argentina) - Bronze http://chuerta.com/awards/pasodelostoros.html
4 - O Homem Perfeito - 101º Macaco - Shortlist
http://www.101macaco.com/wave/
5 - Esquadrao SOS Lhama (FBiz) - Shortlist
http://www.chiclets.com.br/wave/
6 - Seda Teens - Shortlist - (FBiz)
http://www.sedateens.com.br/wave/
7 - Xpress Bands - Shortlist - Wunderman Brasil Comunicações
http://www.xpressbands.com/
O Hélcio é o cara que, de vez em quando, chamamos aqui no O POVO para falar sobre novas mídias.
[Estou no] Wave Festival, onde há 1.113 trabalhos publicitários de 94 agências de toda América Latina. Além de contar com os pesos pesados de sempre, o festival foca no debate de novas mídias e novos modelos de negócios em comunicação. Nossa campanha (101º Macaco) para a Athos ficou entre os finalistas de campanha online integrada, a principal categoria de Cyber.
Olha o nível dos outros finalistas. Colocamos o Ceará no mapa da publicidade latino-americana. Tô feliz demais. :)
CyberCampanha Integrada
1 - T-Racer (Agência Click) - Grand Prix da Cyber - http://www.congado.net/2009/fiat/puntotjet/campanha/pt/
2 - Hoy Puede ser un Grande Dia (BBDO Argentina) - Bronze (não teve prata)http://chuerta.com/awards/lays.html
3 - Mandale Un menaje a tu ex (BBDO Argentina) - Bronze http://chuerta.com/awards/pasodelostoros.html
4 - O Homem Perfeito - 101º Macaco - Shortlist
http://www.101macaco.com/wave/
5 - Esquadrao SOS Lhama (FBiz) - Shortlist
http://www.chiclets.com.br/wave/
6 - Seda Teens - Shortlist - (FBiz)
http://www.sedateens.com.br/wave/
7 - Xpress Bands - Shortlist - Wunderman Brasil Comunicações
http://www.xpressbands.com/
O Hélcio é o cara que, de vez em quando, chamamos aqui no O POVO para falar sobre novas mídias.
domingo, 10 de maio de 2009
Governo do Estado infla número de acessos a seu portal
Blogueiros do Ceará iniciaram campanha via blogs e Twitter contra uma gambiarra do governo do Estado do Ceará que está inflando artificialmente o número de acessos a seu portal. O truque consiste no seguinte: todas as vezes que alguém digita o endereço de uma instituição ligada ao Estado: Uece, Detran, secretarias, etc., a URL [endereço na internet] é redirecionada, obrigando o usuário a fazer um passeio forçado pelo portal do Governo.
Além de enganar o internauta - que pode ter pressa ou mesmo urgência em obter uma informação - o truque vai contra todas as regras que regem a usabilidade da internet.
A propósito, a campanha se chama URL Burra. Veja mais no Eu podia tá matando e no Liberdade Digital.
Além de enganar o internauta - que pode ter pressa ou mesmo urgência em obter uma informação - o truque vai contra todas as regras que regem a usabilidade da internet.
A propósito, a campanha se chama URL Burra. Veja mais no Eu podia tá matando e no Liberdade Digital.
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Adriano Espínola e a poesia urbana
O Vida & Arte do O POVO publica hoje [10/5/2009] a entrevista Versos Universais, com um dos grandes cearenses da poesia, Adriano Espínola, hoje morando no Rio de Janeiro. Parece que o próprio poeta deixa de citar uma de suas obras primeiras "O lote clandestino" - que eu considero, junto com "Táxi", o seu melhor livro - pois parece a obra seminal, aquela que vai sinalizar o rumo que o poeta dará à sua vida de escritor. [Aviso que eu não sou crítico, muito pelo contrário, sou um modesto e bissexto leitor de poesia.]
"O lote" (1982), da editora Água, foi impresso naqueles mimeógrafos "eletrônicos" em que se tinha de datilografar em uma matriz sem o uso da fita da máquina de escrever [só os dinossauros vão entender], portanto um livro artesanal.
Na capa uma lata aberta com o aviso: "PÔ! ESIA"; na contracapa, um Adriano com 30 anos em frente a uma placa de trânsito sinalizando o "Sentido proibido" e a exortação: "Agora,/vai para a rua,/descolar a poesia/verdadeira,/aquela que se escreve a muques & porradas".
A poesia que abre o livro, Poétika é uma paulada nos bichos-grilo e nos poetrastos chegados ao "realismo socialista". As três primeiras estrofes:
;e daí,
se eu não fui pras montanhas,
encher minhas mão de calos,
tomar banho de cuia,
plantar milho e versos
caipiras
ao amanhecer;
E daí,
se eu não me mandei pro interior,
para amaldiçoar o latifúndio,
falar camponês
(com sotaque pequeno-burguês)
e depois derramar meu ódio
e minha lágrima messiânica
a fim de me sentir mais poeta;
E daí,se eu não zarpei numa jangada de timbaúba,
passei uma semana no mar,
pipoquei minha pele ao sol
e não voltei triunfantecom um caçuá de versos na mão?
MAS O QUE EU VEJO É A CIDADE!
[Neste livro, Adriano cita um cordel, que publicara em 1975, usando o pseudônimo de Pedro Gaia: "A cidade", pelas edições Urubu, de Juazeiro do Norte.]
"O lote" (1982), da editora Água, foi impresso naqueles mimeógrafos "eletrônicos" em que se tinha de datilografar em uma matriz sem o uso da fita da máquina de escrever [só os dinossauros vão entender], portanto um livro artesanal.
Na capa uma lata aberta com o aviso: "PÔ! ESIA"; na contracapa, um Adriano com 30 anos em frente a uma placa de trânsito sinalizando o "Sentido proibido" e a exortação: "Agora,/vai para a rua,/descolar a poesia/verdadeira,/aquela que se escreve a muques & porradas".
A poesia que abre o livro, Poétika é uma paulada nos bichos-grilo e nos poetrastos chegados ao "realismo socialista". As três primeiras estrofes:
;e daí,
se eu não fui pras montanhas,
encher minhas mão de calos,
tomar banho de cuia,
plantar milho e versos
caipiras
ao amanhecer;
E daí,
se eu não me mandei pro interior,
para amaldiçoar o latifúndio,
falar camponês
(com sotaque pequeno-burguês)
e depois derramar meu ódio
e minha lágrima messiânica
a fim de me sentir mais poeta;
E daí,se eu não zarpei numa jangada de timbaúba,
passei uma semana no mar,
pipoquei minha pele ao sol
e não voltei triunfantecom um caçuá de versos na mão?
MAS O QUE EU VEJO É A CIDADE!
[Neste livro, Adriano cita um cordel, que publicara em 1975, usando o pseudônimo de Pedro Gaia: "A cidade", pelas edições Urubu, de Juazeiro do Norte.]
Novos Talentos O POVO
Os sorridentes aí de cima fazem parte da 5a. turma do curso Novos Talentos para estudantes de jornalismo. Projeto do O POVO que eu coordeno e com o qual eu aprendo bastante. Se você é estudante de jornalismo, a partir do sexto semestre, fique de olho, pois logo estarão abertas as inscrições para a sexta turma. Guarde os nomes, você ainda ouvirá falar neles. Da esquerda para a direita: Joanice (FaC), Andréia (FIC), Allana (Unifor), Jaque (Fanor), Serena (FIC), Jack (FaC), Alan (FIC) e Thiago (Unifor). Fotografados no jardim do O POVO por Georgia Santiago.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Google vai à TV
O Google decidiu ir à TV - nos Estados Unidos -, levando a publicidade do seu navegador Chrome, que não consegue cair nas graças dos internautas. É a estreia na TV,nos dez anos de vida da empresa. Veja o anúncio, que já circula no YouTube.
Dinossauros, Titanic e a Ilha Fiscal
Devido à crise porque passam os jornais impressos, sou sempre provocado por alguns "jovens" jornalistas conectados e por uma certa "esquerda", que considera a imprensa uma espécie de complô da burguesia [com comitê central e tudo] para submeter a "classe operária". Dizem mais ou menos que somos uma espécie de dinossauro [se bem que o asteróide da internet ainda não nos destruiu completamente], que estamos tocando no convés do Titanic ou, quem sabe, dançando no baile da Ilha Fiscal.
Sempre respondo, pacientemente, aos dois grupos [ambos são imaturos], que não tenho - os jornalistas não devem ter - nenhum fetiche pelo papel. Explico didaticamente: o homem [quando é para alguém da "esquerda" trato de ser politicamente correto e acrescento "e a mulher"] começou a deixar sua marca nas paredes das cavernas, depois passou a escrever em tabletes de argila; pele de animais, o papiro e, depois, inventou o papel. Portanto, este, é apenas mais um dos suportes de que se valem os humanos para manifestar e difundir os seus pensamentos. Se houver outro melhor, a tela do computador, a tinta eletrônica, o display do celular, passemos a usá-los.
Digo então para eles que o negócio das empresas de notícias e dos jornalistas é o jornalismo: levar notícias às pessoas, contar história de gente - em qualquer suporte. Aqui é que se concentra o problema que nos atinge a todos: estamos fazendo bom jornalismo? O jornalismo está cumprindo o seu papel de levar às pessoas informações de interesse público? Ou os jornais também estão se transformando em meios de entretenimento e de banalidades de modo a concorrer com os outros meios, mais "dinâmicos"?
A crise dos jornais não deveria ser motivo de regozijo, deveria ser justificativa para pensar, pelo menos aqueles que creem que a democracia depende de uma boa imprensa - e livre, e que a liberdade de imprensa depende da democracia.
Sempre respondo, pacientemente, aos dois grupos [ambos são imaturos], que não tenho - os jornalistas não devem ter - nenhum fetiche pelo papel. Explico didaticamente: o homem [quando é para alguém da "esquerda" trato de ser politicamente correto e acrescento "e a mulher"] começou a deixar sua marca nas paredes das cavernas, depois passou a escrever em tabletes de argila; pele de animais, o papiro e, depois, inventou o papel. Portanto, este, é apenas mais um dos suportes de que se valem os humanos para manifestar e difundir os seus pensamentos. Se houver outro melhor, a tela do computador, a tinta eletrônica, o display do celular, passemos a usá-los.
Digo então para eles que o negócio das empresas de notícias e dos jornalistas é o jornalismo: levar notícias às pessoas, contar história de gente - em qualquer suporte. Aqui é que se concentra o problema que nos atinge a todos: estamos fazendo bom jornalismo? O jornalismo está cumprindo o seu papel de levar às pessoas informações de interesse público? Ou os jornais também estão se transformando em meios de entretenimento e de banalidades de modo a concorrer com os outros meios, mais "dinâmicos"?
A crise dos jornais não deveria ser motivo de regozijo, deveria ser justificativa para pensar, pelo menos aqueles que creem que a democracia depende de uma boa imprensa - e livre, e que a liberdade de imprensa depende da democracia.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
O deus-mercado e a intercessão dos bispos
Leio no adNews que a apresentadora Ana Paula Padrão assinou contrato para apresentar o telejornal da Record, deixando o SBT, onde passou quatro anos após deixar a Globo. Até aí tudo bem, são mudanças normais na vida de um profissional. O que me chamou a atenção foi a justificativa que ela deu para voltar a apresentar um telejornal diário, motivo que a levou a sair da Globo. A jornalista disse o seguinte:
"Nós íamos [ela e o marido Walter Mundell] a um restaurante, por exemplo, e o garçom perguntava quando eu ia voltar a apresentar jornal. Íamos à feira, a mesma coisa... Um dia, o Walter parou e disse: 'Ana, escuta, isso é o mercado te chamando, dizendo que quer você de volta'. E ele tinha razão. Eu vi que tinha motivos para voltar: o mercado pediu".
Já não bastasse o "mercado" ser uma espécide de divindidade no noticiário econômico - lançando seus raios do Olimpo: ora ficando "nervoso", por vezes "agitado", outras ainda ralhando com autoridades quando tomam alguma decisão que ele não gosta -, agora passa a comandar diretamente na vida das pessoas ou, pelo menos, a de Ana Paula Padrão.
Mas, de qualquer modo, o "mercado" ainda está precisando de intercessores para agir: no caso, os bispos da Record.
"Nós íamos [ela e o marido Walter Mundell] a um restaurante, por exemplo, e o garçom perguntava quando eu ia voltar a apresentar jornal. Íamos à feira, a mesma coisa... Um dia, o Walter parou e disse: 'Ana, escuta, isso é o mercado te chamando, dizendo que quer você de volta'. E ele tinha razão. Eu vi que tinha motivos para voltar: o mercado pediu".
Já não bastasse o "mercado" ser uma espécide de divindidade no noticiário econômico - lançando seus raios do Olimpo: ora ficando "nervoso", por vezes "agitado", outras ainda ralhando com autoridades quando tomam alguma decisão que ele não gosta -, agora passa a comandar diretamente na vida das pessoas ou, pelo menos, a de Ana Paula Padrão.
Mas, de qualquer modo, o "mercado" ainda está precisando de intercessores para agir: no caso, os bispos da Record.
Wikipedia e o apóstolo Paulo
O estudante irlandês, Shane Fitzgerald, de 22 anos, conseguiu enganar os editores de jornais inglesas da Índia e Austrália. Ele inventou uma citação e a atribuiu, na Wikipedia, ao compositor francês Maurice Jarre, morto em 29 de março. A frase foi reproduzida no obituário do jornais ingleses The Guardian e The London Independent e no site BBC Music Magazine, entre outros.
A frase inventada, e sem fonte de origem, foi postada pelo estudante logo após a morte do músico. Foi retirada do ar por moderadores da Wikipedia por duas vezes, mas recolocada por Fitzgerald logo depois. O erro permaneceu no ar durante todo o dia 30 de março. Veja no Comunique-se [é necessário cadastro].
Estudantes costumam me perguntam se a Wikipedia pode ser usada como fonte de consulta. Eu costumo recitar-lhes a exortação do apóstolo Paulo fez aos coríntios [6, 12], quando estes lhe perguntaram o que era permitido e o que era proibido aos cristãos. Em uma lição do que é o livre arbítrio ele respondeu: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma". Ou, em outra tradução: "Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma".
Para os jornalistas pode ser traduzido assim: a Wikipedia pode ser uma das fontes de pesquisa, mas não pode ser tida como "a" fonte.
A frase inventada, e sem fonte de origem, foi postada pelo estudante logo após a morte do músico. Foi retirada do ar por moderadores da Wikipedia por duas vezes, mas recolocada por Fitzgerald logo depois. O erro permaneceu no ar durante todo o dia 30 de março. Veja no Comunique-se [é necessário cadastro].
Estudantes costumam me perguntam se a Wikipedia pode ser usada como fonte de consulta. Eu costumo recitar-lhes a exortação do apóstolo Paulo fez aos coríntios [6, 12], quando estes lhe perguntaram o que era permitido e o que era proibido aos cristãos. Em uma lição do que é o livre arbítrio ele respondeu: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma". Ou, em outra tradução: "Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma".
Para os jornalistas pode ser traduzido assim: a Wikipedia pode ser uma das fontes de pesquisa, mas não pode ser tida como "a" fonte.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Supremo no YouTube
O STJ [Supremo Tribunal Federal e o Conselho] e o CNJ [Conselho Nacional de Justiça] firmaram parceria com o Google para incluir conteúdo no YouTube. O acordo foi feito entre Gilmar Mendes [presidente do STF], Alexandre Hohagen [diretor-geral do Google para a América Latina] e Ivo da Motta Azevedo Corrêa [diretor-geral do Google para a América Latina]. Serão utilizadas ferramentas tecnológicas desenvolvidas pelo Google para melhorar a comunicação entre o STF e o CNJ. Uma das propostas é a criação de um canal do YouTube para as duas instituições. Segundo o Notícias do STF, o objetivo é permitir o acesso a vídeos dos julgamentos pela Internet em qualquer lugar e a qualquer momento.
Quem é que vai negar agora a assertiva do ministro Joaquim Barbosa que Gilmar Mendes gosta de estar na mídia. :)
Quem é que vai negar agora a assertiva do ministro Joaquim Barbosa que Gilmar Mendes gosta de estar na mídia. :)
BBC abre Academia de Jornalismo
A BBC - rede pública de rádio e TV do Reino Unido - resolveu difundir para o público o seu método de fazer jornalismo. Para isso criou na internet a sua Academia de Jornalismo. O objetivo, segundo Rogério Simões, diretor da BBC Brasil, é começar a compartilhar com o público "os padrões em que se baseia a sua produção jornalística". Ele diz, na página de abertura da Academia, que o novo espaço explicará ao leitor os princípios que regem o trabalho da rede, "como objetividade, imparcialidade, independência e transparência".
Não resta a menor dúvida que, em uma época em que dizem que a objetividade é impossível, que a isenção é uma "invenção burguesa" e que se assassina a verdade em nome de um relativismo irresponsável, a iniciativa de uma rede do porte e da credibilidade da BBC é de importância incomensurável.
Não resta a menor dúvida que, em uma época em que dizem que a objetividade é impossível, que a isenção é uma "invenção burguesa" e que se assassina a verdade em nome de um relativismo irresponsável, a iniciativa de uma rede do porte e da credibilidade da BBC é de importância incomensurável.
Como escrever para a web: curso
O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas oferece o curso “Como escrever para a web”, que será realizado entre 25 de maio a 28 de junho de 2009. O curso - gratuito e totalmente online - será ministrado pelo jornalista colombiano Guillermo Franco, baseado em seu livro, com o mesmo título, recentemente publicado em português. As vagas são limitadas, e os candidatos devem ser jornalistas ou editores latino-americanos ou caribenhos que trabalhem para um meio de comunicação online em período integral.
Os pré-requisitos são os seguintes, segundo os organizadores:
Os pré-requisitos são os seguintes, segundo os organizadores:
- Desejar melhorar sua redação e ter ao menos cinco exemplos de sua escrita para usar no curso.
- Comprometer-se em participar consistentemente de um curso intensivo que exige de 10 a 15 horas por semana.
- Ter lido "Como escrever para a web" antes do início das aulas.
- Conseguir ler em inglês (nível intermediário), pois diversos materiais do curso serão nesta língua.
Mais informações aqui. Baixe gratuitamente o livro "Como escrever para a web" [em português].
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segunda-feira, 4 de maio de 2009
Versus volta na internet
Um dos mais importantes jornais alternativos do Brasil, o Versus - editado entre 1975 e 1979 -, está de volta na internet. O projeto [aqui] é tocado por um de seus editores, Omar L. de Barros Filho, que inicia a apresentação assim:
"O projeto que deu origem a esta antologia começou a nascer no final dos anos 90, quando conheci um assinante de Versus na fronteira do Brasil com a Bolívia, às margens do rio Guaporé, em Rondônia, onde vivi em uma fazenda isolada do mundo das notícias por muitos anos. Ele fazia parte de um grupo de consultores do Banco Mundial que percorria a área em busca de padrões de sustentabilidade para as atividades econômicas da região. Ao me apresentar como jornalista e comentar que tinha sido editor de Versus nos anos 70, ele disse: 'Li e colecionei Versus por muito tempo. Foi, na época, o jornal que mais ajudou em minha formação política e me fez ver a América Latina de forma diferente'. Depois que nos despedimos, pensei se seria possível sintetizar em uma nova publicação o resultado da atividade frenética e da inquietação cultural que sempre marcaram a redação de Versus, em São Paulo. Versus foi uma experiência única de jornalismo alternativo, que surgiu da mente inventiva de Marcos Faerman, o Marcão, para quem teve a felicidade de conhecê-lo e aprender com ele, um dos mais brilhantes repórteres e editores brasileiros de todos os tempos [...]".
Veja também texto da jornalista Ana Cristina C. Machado, que foi colaboradora do Versus. Quem quiser saber mais sobre a imprensa alternativa da década de 1970, recomendo o livro Jornalistas e revolucionáiros - Nos tempos da imprensa alternativa, de Bernardo Kucinski.
"O projeto que deu origem a esta antologia começou a nascer no final dos anos 90, quando conheci um assinante de Versus na fronteira do Brasil com a Bolívia, às margens do rio Guaporé, em Rondônia, onde vivi em uma fazenda isolada do mundo das notícias por muitos anos. Ele fazia parte de um grupo de consultores do Banco Mundial que percorria a área em busca de padrões de sustentabilidade para as atividades econômicas da região. Ao me apresentar como jornalista e comentar que tinha sido editor de Versus nos anos 70, ele disse: 'Li e colecionei Versus por muito tempo. Foi, na época, o jornal que mais ajudou em minha formação política e me fez ver a América Latina de forma diferente'. Depois que nos despedimos, pensei se seria possível sintetizar em uma nova publicação o resultado da atividade frenética e da inquietação cultural que sempre marcaram a redação de Versus, em São Paulo. Versus foi uma experiência única de jornalismo alternativo, que surgiu da mente inventiva de Marcos Faerman, o Marcão, para quem teve a felicidade de conhecê-lo e aprender com ele, um dos mais brilhantes repórteres e editores brasileiros de todos os tempos [...]".
Veja também texto da jornalista Ana Cristina C. Machado, que foi colaboradora do Versus. Quem quiser saber mais sobre a imprensa alternativa da década de 1970, recomendo o livro Jornalistas e revolucionáiros - Nos tempos da imprensa alternativa, de Bernardo Kucinski.
domingo, 3 de maio de 2009
Simulacro e poder
Acabo de ler Simulacro e poder - Uma análise da mídia, livro de Marilena Chauí, editado pela Fundação Perseu Abramo. Pela violência como alguns intelectuais criticam a mídia, sem um mínimo de flexibilidade para ver, pelo menos, um único ponto positivo, fico com a impressão que, se vivessem em 1450, teriam condenado como uma mal à humanidade a invenção de Gutenberg.
10 piores países do mundo para ser blogueiro
O Comitê para Proteção aos Jornalistas [CPJ], entidade com sede em Nova York, listou os 10 piores países do mundo para ser blogueiro. "Com um governo que restringe o acesso à internet e impõe duras penas de prisão para quem divulgar material crítico ao governo, Mianmar [antiga Birmânia] é o pior lugar do mundo para ser blogueiro", diz o informe do CPJ.
Para o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon, alguns governos estão "aprendendo a voltar a tecnologia contra os blogueiros, censurando e filtrando a internet, restringindo o acesso à web. Quando nada disso funciona, as autoridades simplesmente prendem alguns blogueiros para intimiar o restante da comunidade, com o objetivo de silenciá-la ou para que se autocensure".
Os dez piores, segundo a lista do CPJ
1. Mianmar
O governo de Mianmar mantêm os meios de comunicação sob forte censura e também impõe severas restrições sobre os blogs e outras atividades na internet. O blogueiro Maung Thura, conhecido como Zargnar, está cumprindo 59 anos de prisão por haver divulgado imagens do ciclone Nargis, em 2008.
2. Irã
As autoridades prendem e reprimem com regularidade os blogueiros que escrevem críticas sobre líderes religisoso ou políticos, sobre a revolução islâmica e seus símbolos. O governo obriga que os blogueiros registrem os seus blogs no Ministério de Arte e Cultura. Milhares de sites são bloqueados. O blogueiro Omidreza Mirsayafi, preso por "insulto" a líderes religiosos, morreu na prisão, em circunstâncias não esclarecidas.
3. Síria
O governo usa filtros para bloquear sites. As autoridades prendem blogueiros que divulgam infomação consideradas "falsas" ou prejudiciais à "unidade nacional". Waed al-Mhana, defensor de sítios arqueológicos em perigo, está sendo processado por haver denunciado a demolição de um antigo mercado em Damasco.
4. Cuba
O blog Generación Y de Yoani Sánchez faz parte de um pequeno e crescente grupo de blogueiros independentes cubanos. A população de Cuba somente pode conectar-se à web em hotéis e cafés. A internet é controlada pelo governo por meio de "vales" muito caros. O governo cubano mantém presos 21 jornalistas, que foram a vanguarda do jornalismo digital em Cuba. Esses jornalistas enviavam seu material para blogs do exterior e foram detidos em 2003.
5. Arábia Saudita
Cerca de 400 mil sítios são bloqueados pelo governo, incluindo os que abordam temas políticos sociais ou religiosos. O blogueiro Fouad Ahmed al-Farhan foi encarcerado durante vários meses em 2007, sem acusação formal, por haver defendido reformas no regime e a liberação de presoso políticos.
6. Vietnã
Os blogueiros tentam, por meio da internet, furar o bloqueio dos meios de comunicação tradicionais, controlados pelo governo. As autoridades têm pedido a companhias como o Yahoo, Google e Microsoft que lhes entregue informações sobre os blogueiros. Em setembro do ano passado, o blogueiro Nguyen Van Hai, conhecido como Dieu Cay, foi sentenciado a 30 anos de prisão por evasão de impostos. Investigação do CPJ mostra que foi uma represália pela sua atuação como blogueiro.
7. Tunísia
Os provedores da internet têm de entregar ao governo o IP ou outra informação que lhe permita identificar os blogueiros. Todo o tráfico da internet é controlado. Os blogueiros Slim Boukhdhir e Mohamed Abbou foram presos pelo seu trabalho informativo.
8. China
A China tem quase 300 milhões de pessoas conectadas, número maior o que qualquer outro país. Mas as autoridades mantêm severo programa de censura digial, com provedores para filtrar buscas, bloquear sites, apagar conteúdo "inconveniente" e monitorar o tráfego de e-mails. Os meios tradicionais - imprensa, rádio e TV - estão sob o controle do governo. Pelo menos 24 jornalistas digitais estão presos, segundo investigações do CPJ.
9. Turcomenistão
A companhia de telecomunicação MTS começou a oferecer acesso à internet por meio de telefones celulares em 2005, mas o contrato requer que os clientes evitem sites críticos ao governo. O provedor estatal de serviços bloqueia acesso a sites de dissidentes e monitora as contas de e-mails registradas no Gmail, Yahoo e Hotmail.
10. Egito
O tráfego de todos os provedores passa pela Telecom Egito, controlada pelo Estado. As autoridades detêm com regularidade, por períodos indeterminados, blogueiros críticos. Grupos locais de liberdade de imprensa documentaram a detenção de mais de 100 blogueiros em 2008. Ainda que a maioria seja libertada depois de certo período, alguns ficaram detidos por vários meses, muitos sem ordem judicial. Quase todos os detidos indicaram haver sido maltratados, alguns torturados. O blogueiro Abdel Karim Suleiman, conhecido como Karim Amer, está cumprindo pena de 4 anos de prisão por haver "insultado" o islã e o presidente Hosni Mubarak.
A matéria completa pode ser vista no portal do CPJ [em espanhol]
Para o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon, alguns governos estão "aprendendo a voltar a tecnologia contra os blogueiros, censurando e filtrando a internet, restringindo o acesso à web. Quando nada disso funciona, as autoridades simplesmente prendem alguns blogueiros para intimiar o restante da comunidade, com o objetivo de silenciá-la ou para que se autocensure".
Os dez piores, segundo a lista do CPJ
1. Mianmar
O governo de Mianmar mantêm os meios de comunicação sob forte censura e também impõe severas restrições sobre os blogs e outras atividades na internet. O blogueiro Maung Thura, conhecido como Zargnar, está cumprindo 59 anos de prisão por haver divulgado imagens do ciclone Nargis, em 2008.
2. Irã
As autoridades prendem e reprimem com regularidade os blogueiros que escrevem críticas sobre líderes religisoso ou políticos, sobre a revolução islâmica e seus símbolos. O governo obriga que os blogueiros registrem os seus blogs no Ministério de Arte e Cultura. Milhares de sites são bloqueados. O blogueiro Omidreza Mirsayafi, preso por "insulto" a líderes religiosos, morreu na prisão, em circunstâncias não esclarecidas.
3. Síria
O governo usa filtros para bloquear sites. As autoridades prendem blogueiros que divulgam infomação consideradas "falsas" ou prejudiciais à "unidade nacional". Waed al-Mhana, defensor de sítios arqueológicos em perigo, está sendo processado por haver denunciado a demolição de um antigo mercado em Damasco.
4. Cuba
O blog Generación Y de Yoani Sánchez faz parte de um pequeno e crescente grupo de blogueiros independentes cubanos. A população de Cuba somente pode conectar-se à web em hotéis e cafés. A internet é controlada pelo governo por meio de "vales" muito caros. O governo cubano mantém presos 21 jornalistas, que foram a vanguarda do jornalismo digital em Cuba. Esses jornalistas enviavam seu material para blogs do exterior e foram detidos em 2003.
5. Arábia Saudita
Cerca de 400 mil sítios são bloqueados pelo governo, incluindo os que abordam temas políticos sociais ou religiosos. O blogueiro Fouad Ahmed al-Farhan foi encarcerado durante vários meses em 2007, sem acusação formal, por haver defendido reformas no regime e a liberação de presoso políticos.
6. Vietnã
Os blogueiros tentam, por meio da internet, furar o bloqueio dos meios de comunicação tradicionais, controlados pelo governo. As autoridades têm pedido a companhias como o Yahoo, Google e Microsoft que lhes entregue informações sobre os blogueiros. Em setembro do ano passado, o blogueiro Nguyen Van Hai, conhecido como Dieu Cay, foi sentenciado a 30 anos de prisão por evasão de impostos. Investigação do CPJ mostra que foi uma represália pela sua atuação como blogueiro.
7. Tunísia
Os provedores da internet têm de entregar ao governo o IP ou outra informação que lhe permita identificar os blogueiros. Todo o tráfico da internet é controlado. Os blogueiros Slim Boukhdhir e Mohamed Abbou foram presos pelo seu trabalho informativo.
8. China
A China tem quase 300 milhões de pessoas conectadas, número maior o que qualquer outro país. Mas as autoridades mantêm severo programa de censura digial, com provedores para filtrar buscas, bloquear sites, apagar conteúdo "inconveniente" e monitorar o tráfego de e-mails. Os meios tradicionais - imprensa, rádio e TV - estão sob o controle do governo. Pelo menos 24 jornalistas digitais estão presos, segundo investigações do CPJ.
9. Turcomenistão
A companhia de telecomunicação MTS começou a oferecer acesso à internet por meio de telefones celulares em 2005, mas o contrato requer que os clientes evitem sites críticos ao governo. O provedor estatal de serviços bloqueia acesso a sites de dissidentes e monitora as contas de e-mails registradas no Gmail, Yahoo e Hotmail.
10. Egito
O tráfego de todos os provedores passa pela Telecom Egito, controlada pelo Estado. As autoridades detêm com regularidade, por períodos indeterminados, blogueiros críticos. Grupos locais de liberdade de imprensa documentaram a detenção de mais de 100 blogueiros em 2008. Ainda que a maioria seja libertada depois de certo período, alguns ficaram detidos por vários meses, muitos sem ordem judicial. Quase todos os detidos indicaram haver sido maltratados, alguns torturados. O blogueiro Abdel Karim Suleiman, conhecido como Karim Amer, está cumprindo pena de 4 anos de prisão por haver "insultado" o islã e o presidente Hosni Mubarak.
A matéria completa pode ser vista no portal do CPJ [em espanhol]
sábado, 2 de maio de 2009
Dilma Roussef: a resposta
A carta da ministra Dilma Roussef [Casa Civil] ao jornal Folha de S. Paulo é mais um capítulo no caso da matéria "Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto" [5/4/2009]. Veja a íntegra da carta da ministra no Observatório da Imprensa.
O fato é que as informações divulgadas pelo jornal estão ficando cada vez mais difíceis de se sustentarem. Primeiro foi o professor Antonio Roberto Espinosa negando que havia dito o que o jornal publicou, isto é, que a ministra Dilma sabia do plano para sequestrar Delfim [ação que nunca se realizou].
Espinosa era dirigente da VAR-Palmares no período da ditadura miliar - e a base para a matéria foram suas declarações. O professor desafiou o jornal a publicar a íntegra da entrevista, o que a Folha não aceitou fazer. Agora, a carta da ministra [também não publicada] apontando como falsa uma ficha criminal, divulgada como sendo dela, na primeira página do jornal.
Em matéria na edição de 25/4/2009 [aqui, para assinantes], a Folha reconhece que errou ao informar que a origem da ficha era o Dops [foi recebida por e-mail] e que errara também ao "tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada - bem como não pode ser descartada [grifei]". Até onde se sabe, quase tudo pode entrar nessa categoria de não poder ser "descartado", é só fazer um teste: "Ele é um marido fiel, mas a infidelidade não pode ser descartada"; "Ele é um homem honesto, mas não se pode descartar que ele venha a praticar alguma ilegalidade"; "Ele é um bom jogador, mas não pode ser descartada a possiblidade dele vir a se tornar um grosso", e assim vai. É uma estranha maneira de reconhecer um erro que parece tão evidente.
Obviamente, todo jornal pode cometer equívocos. Quando acontece isso, o melhor a fazer é reconhecer o erro sem subterfúgios; a credibilidade sai muito menos arranhada do que tentar econdê-lo por jogo de palavras.
Tratei do mesmo assunto em outras duas postagens, aqui e aqui.
O fato é que as informações divulgadas pelo jornal estão ficando cada vez mais difíceis de se sustentarem. Primeiro foi o professor Antonio Roberto Espinosa negando que havia dito o que o jornal publicou, isto é, que a ministra Dilma sabia do plano para sequestrar Delfim [ação que nunca se realizou].
Espinosa era dirigente da VAR-Palmares no período da ditadura miliar - e a base para a matéria foram suas declarações. O professor desafiou o jornal a publicar a íntegra da entrevista, o que a Folha não aceitou fazer. Agora, a carta da ministra [também não publicada] apontando como falsa uma ficha criminal, divulgada como sendo dela, na primeira página do jornal.
Em matéria na edição de 25/4/2009 [aqui, para assinantes], a Folha reconhece que errou ao informar que a origem da ficha era o Dops [foi recebida por e-mail] e que errara também ao "tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada - bem como não pode ser descartada [grifei]". Até onde se sabe, quase tudo pode entrar nessa categoria de não poder ser "descartado", é só fazer um teste: "Ele é um marido fiel, mas a infidelidade não pode ser descartada"; "Ele é um homem honesto, mas não se pode descartar que ele venha a praticar alguma ilegalidade"; "Ele é um bom jogador, mas não pode ser descartada a possiblidade dele vir a se tornar um grosso", e assim vai. É uma estranha maneira de reconhecer um erro que parece tão evidente.
Obviamente, todo jornal pode cometer equívocos. Quando acontece isso, o melhor a fazer é reconhecer o erro sem subterfúgios; a credibilidade sai muito menos arranhada do que tentar econdê-lo por jogo de palavras.
Tratei do mesmo assunto em outras duas postagens, aqui e aqui.
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