Carlos Nóbrega é um sujeito que fala pouco e presta muita atenção; nunca quis ouro nem prata e nem cargos; talvez por isso reste poeta: dos bons. "Ao Plínio dedico com um abraço", ele escreveu, ao deixar O quanto sou na portaria do meu prédio. [Vejam o luxo: o poeta me entrega em domicílio.] Deixo com vocês três poemas do livro:
Um vigoroso:
Cavalos não dão passos.
Cavalos se equilibram
no eco de seus músculos.
Assim são minhas buscas
Assim as faço bruscas
Assim as faço másculas.
Um irônico[?]:
fazia a moça
um feroz discurso
impondo ao homem
a volta à Natureza...
e vi plantados nela
um Sutiã Rendado
um Batom Bem Claro
e Óculos de Aro.
E outro metalinguístico:
Quem me dera
escrevesse O poema,
o deitasse ao chão,
E os pombos o comessem
letra por letra.
Mais, na bem cuidada edição da Expressão Gráfica Editora.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Pois é, caro Plínio, Nóbrega é poeta de alto coturno, com pose de recruta.
ResponderExcluirTenho o privilégio de ser amigo dele e de sair por aí tecendo loas sobre as jóias poéticas com as quais ele nos presenteia.
Pois é, esqueci de acrescentar "...nem divisas".
ResponderExcluirCaro Plínio, também tive o prazer de receber um exemplar autografado do O Quanto Sou, do poeta Carlos Nóbrega, devorando-o imediatamente, embora logo após, como fazem os ruminantes, faço-o de novo e de novo, como ainda hoje faço com as outras publicações dele.
ResponderExcluirOrlando Queiroz
Orlando,
ResponderExcluirO Nóbrega é um poeta andante, distribuindo letras e versos de casa em casa.