Com o objetivo de dar início a uma mudança editorial, o diretor de redação da Folha de S. Paulo, Otávio Frias Filho, e a editora-executiva, Eleonora Lucena, enviaram e-mail à redação para apresentar as diretrizes que vão “nortear as ações na produção e edição da Folha”. O jornal terá que trazer “informação exclusiva”, ampliar “a carga de interpretação e análise” e ser “conciso e claro”.
“Com esse projeto - que será desdobrado em várias medidas práticas -, busca-se reforçar os pilares do Projeto Editorial: praticar um jornalismo plural, crítico, apartidário e independente”, escrevem os dois na mensagem enviada na semana passada.
Conheça as diretrizes para a realização da mudança editorial:
1. Organizar a pauta selecionando mais os assuntos e priorizando as abordagens exclusivas dos fatos de relevo. Buscar o furo como prioridade máxima. Ter um planejamento de médio e longo prazo para desenvolvimento de pautas mais abrangentes;
2. Na produção, cuidar para ampliar o número de fontes, buscar o contraditório e sempre entender o contexto e os interesses que cercam a notícia. Não hesitar em pautar histórias que revigorem o prazer da leitura;
3. Na elaboração dos textos, trabalhar com concisão e didatismo. Observar a necessidade de a redação ter: a) frases e parágrafos curtos (máximo de 10 linhas justificadas), b) uso de aspas apenas quando houver relevância ou quando declaração for curiosa; c) emprego de números e cifras com mais critério, lembrando sempre de relacionar a parte e o todo, d) preocupação com as nuances, os matizes de argumentos e fatos, fazendo relatos com fidelidade, sem tentar enquadrá-los em categorias preconcebidas, e) a memória do caso e suas interrelações, f) narração clara e fácil, evitando jargões; g) conexão com a vida prática dos leitores;
4. Na edição, ter a preocupação de oferecer um produto mais compacto e integrado, sem reduzir espaço reservado a artes e fotos. É necessário reforçar a hierarquia nas páginas. Ajuste gráfico em curso auxiliará nessa tarefa. É preciso dar visibilidade ao “outro lado” e usar com mais frequência recursos como: a) “análise”, b) “perguntas e respostas” / “para entender o caso”,
c) “quem ganha e quem perde”, d) “saiba mais”, e) “e eu com isso?”.
[reproduzido na íntegra, inclusive título, do site Comunique-se]
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Delúbio Soares: campanha na internet pede sua volta ao PT
O ex-tesoureito do PT, Delúbio Soares, está em campanha para voltar ao partido. Mas o blog "Companheiro Delúbio", fazendo campanha pela sua volta, está causando mal-estar no partido ao expor o nome de apoiadores, segundo matéria da Folha Online. Delúbio foi expulso do PT em 2005 em meio ao "escândalo do mensalão". Alguns dos listados sob a rubrica "Galeria de apoiadores", depois mudada para "Companheiros petistas" negaram que tivessem autorizado o uso de seus nomes; outros dizem que votariam a favor da volta de Delúbio, mas são contra uma campanha pública.
A farra das passagens: um escândalo democrático
João Alfredo, vereador pelo Psol, publicou nota paga na edição de hoje [30/4/2009] do O POVO, na pág. 23 [só dá para ler na versão digital] explicando e desculpando-se pelo uso da sobra de créditos de passagens aéreas no período em que ele foi deputado federal. Escreve o vereador: "Recebi, como todos os e ex-deputados não reeleitos, créditos de passagens já pagas às empresas aéreas não utilizadas [sic] [...]. Aqui se encontram os erros cometidos pela Câmara: o pagamento dessa 'sobra' de crédito às empresas aéreas e a entrega desses mesmos créditos a serem utilizados. Isso não me exime - quero deixar bem claro - de minha respnsabilidade. Mesmo tendo sido informado que não se devolviam os créditos - já pagos adiantamente, repito - minha atitude deveria ter sido a de devolvê-los à Câmara, para que ela pudesse se ressarcir desses gastos." A nota prossegue com o vereador explicando que está devolvendo os valores gastos, etc.
Pode-se dizer tudo dessa crise, mas uma coisa é certa: foi o escândalo mais democrático que se viu até hoje. Atingiu quase todas as siglas da Câmara, de A a Z; da esquerda à direita, passando pelo centro; do alto ao baixo clero.
Pode-se dizer tudo dessa crise, mas uma coisa é certa: foi o escândalo mais democrático que se viu até hoje. Atingiu quase todas as siglas da Câmara, de A a Z; da esquerda à direita, passando pelo centro; do alto ao baixo clero.
Lula, o filho do Brasil
Um trailer de 8 minutos do filme Lula, o filho do Brasil, que deve estrear em 2010, iria ser apresentado no Cine PE, que vai até domingo, em Recife. Dei uma olhada na página do festival e não o vi na programação. Mas alguns novidades vão chegando. O cine Click divulgou esta semana fotos da filmagem do casamento de Lula [Rui Ricardo Diaz] e Lourdes [a primeira mulher dele, interpretada por Cléo Pires]. O diretor do longa, Fábio Barreto, garante que estará no Oscar. "Trago a estatueta", disse. Por enquanto, a foto e o trailer de pouco mais de dois minutos que está rodando no YouTube.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Pânico tem endreço "roubado" no Twitter
Alguém descobriu a senha e "roubou" o endereço do programa Pânico [rádio Jovem Pan] no Twitter. O endereço "programapanico" já estava com mais de 3 mil seguidores quando foi "expropriado". A equipe do programa criou um novo endereço, o "panicooficial", que já está com mais de 800 seguidores [13h07min, de 29/4/2009].
O fato pode ser verdade, como pode ser mais uma das presepadas do programa, que costuma inventar factóides para bombar a audiência.
O fato pode ser verdade, como pode ser mais uma das presepadas do programa, que costuma inventar factóides para bombar a audiência.
Reino Unido proíbe anúncio
Autoridades do Reino Unido proibiram anúncio de televisão da fundação Women's Aid. No filme, a atriz Keira Knightley [de Piratas do Caribe] apanha do namorado depois de voltar de uma filmagem. Chamado de "Cut" [corta], o anúncio faz um alerta sobre a violência doméstica e termina com a pergunta: "Já não é hora de alguém gritar 'corta'"? Segundo as autoridades do Clearcast, entidade responsável pela supervisão dos conteúdos publicitários no Reino Unido, o filme dirigido pelo cineasta britânico Joe Wright é muito "pesado" para divulgação nesse meio de comunicação. O órgão pede que as cenas de agressão sejam eliminadas para exibição na TV por terem sido consideradas excessivamente violentas. [As informaçãoes são da AdNews.]
No Brasil, a cada vez que se fala em controlar a publicidade na TV - inclusive de bebidas alcoólicas, como cerveja, que gozam de estranha liberdade para serem veiculadas a qualquer hora - alguém grita: "Censura". Seria? Não estaria na hora de alguém gritar "corta" para esse tipo de argumento que confunde publicidade com liberdade de imprensa?
No Brasil, a cada vez que se fala em controlar a publicidade na TV - inclusive de bebidas alcoólicas, como cerveja, que gozam de estranha liberdade para serem veiculadas a qualquer hora - alguém grita: "Censura". Seria? Não estaria na hora de alguém gritar "corta" para esse tipo de argumento que confunde publicidade com liberdade de imprensa?
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terça-feira, 28 de abril de 2009
A complicada escolha das palavras
O artigo da ombudsman do New York Times desta semana, que tem o título acima, discute como a escolha de uma palavra mobiliza a redação de um jornal, e "demonstra os campos minados lingüísticos pelos quais jornalistas passam todo dia quando querem fornecer descrições precisas aos leitores".
Ela está falando na mudança na forma como o jornal classifica o sofrimento inflingido pela CIA ao prisioneiros da al-Qaeda. A reportagem descreve que os prisioneiros "tiveram que tirar as roupas e foram agredidos; ficaram mantidos acordados por 11 dias seguidos, algumas vezes com os braços acorrentadas ao teto; ficaram confinados em quartos escuros e passaram por simulações de afogamento". E como chamar isso: de "tramento cruel", "tramento brutal" ou simplesmente "tortura"? Para o governo Bush, eram técnicas "avançadas" de interrogatório.
O NYT começou classificando os interrogatórios de "cruéis", depois passou a chamá-los de "brutais", usando menos a palavra "tortura".
Segundo a ombudsman, alguns leitores acham que o jornal vem usando eufemismo, em vez de classificar como "tortura" o que ocorreu; outros achando que as medidas extremas eram necessários. Veja no Observatório da Imprensa.
Ela está falando na mudança na forma como o jornal classifica o sofrimento inflingido pela CIA ao prisioneiros da al-Qaeda. A reportagem descreve que os prisioneiros "tiveram que tirar as roupas e foram agredidos; ficaram mantidos acordados por 11 dias seguidos, algumas vezes com os braços acorrentadas ao teto; ficaram confinados em quartos escuros e passaram por simulações de afogamento". E como chamar isso: de "tramento cruel", "tramento brutal" ou simplesmente "tortura"? Para o governo Bush, eram técnicas "avançadas" de interrogatório.
O NYT começou classificando os interrogatórios de "cruéis", depois passou a chamá-los de "brutais", usando menos a palavra "tortura".
Segundo a ombudsman, alguns leitores acham que o jornal vem usando eufemismo, em vez de classificar como "tortura" o que ocorreu; outros achando que as medidas extremas eram necessários. Veja no Observatório da Imprensa.
Clube da Viola em festa
O combativo presidente do Clube da Viola, Orlando Queiroz, está convidando amigos e admiradores de cantorias a comemorar os dois anos do Projeto Cultural Quinta com Verso e Viola. A festa será no no palco do teatro Sesc Emiliano Queiroz, com os poetas cantadores José Cardoso e Jorge Macedo, "os mais representativos repentistas do Vale Jaguaribano, a região mais fértil em poesia cantada do solo alencarino", nas palavras de Orlando. O evento será no dia 30/4/2009, às 20h. Mais informações: (85) 9998 0827 - 8856 2190 -violanordestina@yahoo.com.br.
O martelo de José Cardoso
Aprendi a cantar sem professor,
Com a ajuda de Deus eu sou completo.
Você vem me chamar de analfabeto,
Exibindo um diploma de doutor.
No congresso em que eu for competidor
Você perde pra mim de dez a zero.
Finalmente eu lhe sou muito sincero:
Se deixar de cantar não sou feliz,
Ser poeta eu só sou porque Deus quis,
Ser doutor eu não sou porque não quero.
A décima de Jorge Macedo
Varo as noites fazendo serenata,
Escrevendo um poema à minha amada,
Companhia somente a madrugada
E as lágrimas da lua, cor de prata!
Vou deitar só no despertar da mata,
Passarinhos cantando e a luz do dia.
Com o hálito da brisa pura e fria
Acalento os meus sonhos de amor.
Sou boêmio, poeta e sonhador,
Meu suor traz o cheiro da poesia.
O martelo de José Cardoso
Aprendi a cantar sem professor,
Com a ajuda de Deus eu sou completo.
Você vem me chamar de analfabeto,
Exibindo um diploma de doutor.
No congresso em que eu for competidor
Você perde pra mim de dez a zero.
Finalmente eu lhe sou muito sincero:
Se deixar de cantar não sou feliz,
Ser poeta eu só sou porque Deus quis,
Ser doutor eu não sou porque não quero.
A décima de Jorge Macedo
Varo as noites fazendo serenata,
Escrevendo um poema à minha amada,
Companhia somente a madrugada
E as lágrimas da lua, cor de prata!
Vou deitar só no despertar da mata,
Passarinhos cantando e a luz do dia.
Com o hálito da brisa pura e fria
Acalento os meus sonhos de amor.
Sou boêmio, poeta e sonhador,
Meu suor traz o cheiro da poesia.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Affonso Romano e o oxímoro da arte
Confesso: eu nunca li nada do escritor e professor Affonso Romano de Sant'Ana, mas simpatizei de cara com ele na palestra "O problema da autonomia do sujeito na arte e na sociedade", na abertura da Semana de Humanidades Uece/UFC [post abaixo], pois ele começou dando um cacete federal em Michel Foucault, Jacques Derrida [tem que pronunciar derridá, se não, não vale] e Gilles Deleuze, os queridinhos de uma certa inteligentzia que ainda campeia pelas páginas dos jornais.
Nem quando era estudante eu gostava muito desse negócio de "a realidade é algo construído", como se a própria não existisse, portanto qualquer distorção tornava-se permitida. Alguns "professores" de jornalismo aproveitavam para dizer que a "verdade" não existia [nem a factual], pois tudo seria um produto da "linguagem".
Também nunca aceitei a tese do "relativismo", que vê como "manifestação de uma cultura, que tem de ser respeitada", mesmo quando isso implica a excisão, a infibulação ou a lapidação de mulheres. Affonso Romano bateu duro nesses dois pontos [ele não chegou a citar o exemplo das mulheres, que fica por minha conta]. Se em vez de jornalista tivesse me tornado um intelectual :), estaria combatendo na mesma trincheira dele, apesar da diferença de gerações [ele deve ser pelo menos uns 10 anos mais velhinho do que eu, pois disse ter visto os Beatles num concerto, quando eles ainda eram quatro].
Affonso Romano começou questionado se existe diferença entre uma ditadura como a do Irã, e uma sociedade democrática, como a Inglaterra, pois, em ambas os cidadãos são controlados: em uma, vigiados pelos aiatolás; na outra pelas câmeras onipresentes. Citou ainda o Patriotic Act, que permitia ao governo americano, sob Bush, vasculhar correspondências e listas de biblioteca para saber quem lia o quê - e comparou tudo ao Big Brother de George Orwell, no livro 1984. [Do BBB da Globo se falará abaixo.]
Deve ter sido também para horror alguns velhos comunista [sim, eles ainda existem] perdidos no tempo, ele pôr como equivalentes os governos da antiga URSS, da China e da Alemanha, sob o nazismo, como as sociedades que "suprimiram o sujeito ao máximo: o [homem] autônomo transformou-se em autômato", ao mesmo tempo em que perguntou: "Será que as sociedades ditas abertas, com a engrenagem do mercado, não estariam produzindo uma falta de autonomia, os indivíduos manipulados como autômatos?"
Admitiu que a geração dele, "de 40 anos atrás" estava "buscando uma utopia" que tem de ser revista "à luz do século XXI", e criticou filmes que continuam a romantizar a figura de Che Guevara. Chamou de "oxímoro" [contradição] a ação "revolucionária" que mata indiscriminadamente por "amor à humanidade"; e recitou seu poema: "As utopias são facas de dois gumes:/num dia dão flores,/noutro/são estrume". [Essa parte ele poderia ter pulado :)] E criticou a frase de Sartre: "O homem é livre para se comprometer", vendo-a como um convite à sujeição, portanto, um "oxímoro", repetiu.
Depois, passou a questionar diretamente a arte "pós-moderna", com seu "culto da fragmentação, do caótico, da apropriação".
"Pensar que um artista é mais livre que um engenheiro é uma irresponsabilidade", pois nem um nem outro pode fazer o "que bem entende", tendo, ambos de se sujeitarem a obrigações éticas: "Não há autonomia absoluta".
Disse que a história ocidental viu "transformações estéticas" na história da arte, desde quando o discípulo era louvado por bem copiar o mestre; passando pela fase em que se passou a admitir o "desvio", até se chegar à ruptura, o que, na época foi "estimulante". Mas que, de ruptura em ruptura, chegou-se a um "beco sem saída". "Uma coisa é a ruptura quando o sistema está organizado; se a ruptura passa a ser o sistema, vai-se romper com o quê?" [Cá entre nós, eu também nunca achei que um penico ou uma tampa de privada fossem obra arte.]
Para Affonso Romano, chegamos a uma época do "culto ao vazio, como se o vazio estivesse cheio" e perguntou por que a "superficialidade" e a "banalidade" nos fascinam tanto. Para ele, "o BBB [da Rede Globo] é a grande metáfora do nosso tempo, é a metáfora do vazio; as pessoas ligam a televisão para ver NADA".
Nem quando era estudante eu gostava muito desse negócio de "a realidade é algo construído", como se a própria não existisse, portanto qualquer distorção tornava-se permitida. Alguns "professores" de jornalismo aproveitavam para dizer que a "verdade" não existia [nem a factual], pois tudo seria um produto da "linguagem".
Também nunca aceitei a tese do "relativismo", que vê como "manifestação de uma cultura, que tem de ser respeitada", mesmo quando isso implica a excisão, a infibulação ou a lapidação de mulheres. Affonso Romano bateu duro nesses dois pontos [ele não chegou a citar o exemplo das mulheres, que fica por minha conta]. Se em vez de jornalista tivesse me tornado um intelectual :), estaria combatendo na mesma trincheira dele, apesar da diferença de gerações [ele deve ser pelo menos uns 10 anos mais velhinho do que eu, pois disse ter visto os Beatles num concerto, quando eles ainda eram quatro].
Affonso Romano começou questionado se existe diferença entre uma ditadura como a do Irã, e uma sociedade democrática, como a Inglaterra, pois, em ambas os cidadãos são controlados: em uma, vigiados pelos aiatolás; na outra pelas câmeras onipresentes. Citou ainda o Patriotic Act, que permitia ao governo americano, sob Bush, vasculhar correspondências e listas de biblioteca para saber quem lia o quê - e comparou tudo ao Big Brother de George Orwell, no livro 1984. [Do BBB da Globo se falará abaixo.]
Deve ter sido também para horror alguns velhos comunista [sim, eles ainda existem] perdidos no tempo, ele pôr como equivalentes os governos da antiga URSS, da China e da Alemanha, sob o nazismo, como as sociedades que "suprimiram o sujeito ao máximo: o [homem] autônomo transformou-se em autômato", ao mesmo tempo em que perguntou: "Será que as sociedades ditas abertas, com a engrenagem do mercado, não estariam produzindo uma falta de autonomia, os indivíduos manipulados como autômatos?"
Admitiu que a geração dele, "de 40 anos atrás" estava "buscando uma utopia" que tem de ser revista "à luz do século XXI", e criticou filmes que continuam a romantizar a figura de Che Guevara. Chamou de "oxímoro" [contradição] a ação "revolucionária" que mata indiscriminadamente por "amor à humanidade"; e recitou seu poema: "As utopias são facas de dois gumes:/num dia dão flores,/noutro/são estrume". [Essa parte ele poderia ter pulado :)] E criticou a frase de Sartre: "O homem é livre para se comprometer", vendo-a como um convite à sujeição, portanto, um "oxímoro", repetiu.
Depois, passou a questionar diretamente a arte "pós-moderna", com seu "culto da fragmentação, do caótico, da apropriação".
"Pensar que um artista é mais livre que um engenheiro é uma irresponsabilidade", pois nem um nem outro pode fazer o "que bem entende", tendo, ambos de se sujeitarem a obrigações éticas: "Não há autonomia absoluta".
Disse que a história ocidental viu "transformações estéticas" na história da arte, desde quando o discípulo era louvado por bem copiar o mestre; passando pela fase em que se passou a admitir o "desvio", até se chegar à ruptura, o que, na época foi "estimulante". Mas que, de ruptura em ruptura, chegou-se a um "beco sem saída". "Uma coisa é a ruptura quando o sistema está organizado; se a ruptura passa a ser o sistema, vai-se romper com o quê?" [Cá entre nós, eu também nunca achei que um penico ou uma tampa de privada fossem obra arte.]
Para Affonso Romano, chegamos a uma época do "culto ao vazio, como se o vazio estivesse cheio" e perguntou por que a "superficialidade" e a "banalidade" nos fascinam tanto. Para ele, "o BBB [da Rede Globo] é a grande metáfora do nosso tempo, é a metáfora do vazio; as pessoas ligam a televisão para ver NADA".
New Yorker sob processo de 10 milhões de dólares
Integrantes de tribo da Nova Guiné movem ação de US$ 10 milhões contra revista americana New Yorker, devido a uma reportagem publicada em 2008, sob o título "Vengeance ours" (A vingança é nossa), do geógrafo ganhador de prêmio Pulitzer Jared Diamond. O Pulitzer é o mais prestigiado prêmio do jornalismo americano. Na matéria, Jared descreve brigas familiares intertribais que ocorreram durante décadas nas montanhas da Nova Guiné. Agora, Daniel Wemp, membro do clã Handa, está processando a revista, pedindo 10 milhões de dólares de indenização. Ele afirma que a reportagem acusava falsamente ele e um colega da tribo de "séria atividade criminal e assassinato". Wemp é apoiado pelo StinkyJournalism.org, projeto sobre a ética da mídia, com sede em Nova Yor. A New Yorker disse que apóia a reportagem de Diamond. Do blog do Knight Center for Journalism.
Affonso Romano de Sant'Ana contra o relativismo
"Até o princípio do século XX, havia certas certezas, certos paradigmas. A partir da modernidade, da teoria da relatividade, do Einstein, do teatro do absurdo, de Beckett e Ionesco, a partir dos questionamentos de Nietzsche, depois Focault e Derrida, os paradigmas entraram em colapso. Alguns artistas e muitas pessoas, ao invés de analisarem essas mudanças de paradigma, mergulham nisso de cabeça e irracionalmente. Acabam decretando que não existem princípios, não existe verdade, não existe sistema. Qualquer coisa é arte. Isso é um dos grandes equívocos do século XX." Do escritor Affonso Romano de Sant'Ana, em entrevista hoje no no O POVO, no caderno Vida & Arte. A crítica que ele faz às artes, pode ser estendida a quase tudo: da política ao jornalismo.
E tem mais: "A pergunta é: o artista é um cidadão acima de qualquer suspeita? Ele está acima da ética? Me parece que não. Nenhum profissional, em nenhuma área, com um mínimo de sentido de cidadania, pode se considerar acima da ética."
Pelo jeito, vai valer a pena ver a palestra dele "O problema da autonomia do sujeito na arte e na sociedade", hoje às 18h30min, na abertura da Semana de Humanidades Uece/UFC, no auditório da reitoria desta.
E tem mais: "A pergunta é: o artista é um cidadão acima de qualquer suspeita? Ele está acima da ética? Me parece que não. Nenhum profissional, em nenhuma área, com um mínimo de sentido de cidadania, pode se considerar acima da ética."
Pelo jeito, vai valer a pena ver a palestra dele "O problema da autonomia do sujeito na arte e na sociedade", hoje às 18h30min, na abertura da Semana de Humanidades Uece/UFC, no auditório da reitoria desta.
domingo, 26 de abril de 2009
Walt Disney
A Folha de S. Paulo [Ilustrada], traz na edição de hoje [26/4/2009] reportagem sobre uma biografia de Walt Disney [aqui, para assinantes]. O livro desfaz alguns mitos sobre o pai do Mickey e confirma outros. De fato, ele tinha uma personalidade tirânica, era anticomunista; não há provas que ele tenha sido antissemita. Mas, acima de tudo, segundo o livro, era um criador genial, capaz de produzir milhares de desenhos a mais para obter uma animação com movimentos realistas. O autor do livro - Walt Disney: o triunfo da imaginação americana - é Neal Gabler, que consultou milhares de documentos inéditos para escrevê-lo.
Se a memória não me trai, e ela sempre nos prega peças, a primeira obra que li foi um gibi do Mickey, em cuja história ele visitava uma tribo de índios. Eu devia ter uns seis anos, fazia uma viagem de trem com meu pai, e ele comprou a revista de um dos funcionários da ferrovia que passavam oferecendo as coisas mais diversas pelos corredores dos vagões.
Quando Disney morreu, em 1966, eu tinha 10 anos - e levei um choque -, pois achei que nunca mais veria um desenho feito por ele ou uma história inédita. Na minha compreensão infantil, eu via aquele homem, noite após noite, desenhando e escrevendo, sozinho, cada uma daquelas fantásticas histórias.
Um pouco mais crescido, passei para leituras mais "adultas", tornei-me admirador do Sr. Walker, mais conhecido como Fantasma, o espírito que anda, de seu amigo Guran [o pigmeu da tribo bandar], do seu lobo de estimação, Capeto, e do se cavalo banco, Herói. [A propósito, quando começaram a maldar dos super-heróis, Fantasma foi o primeiro a se casar, com a sua namorada, a srta. Diana Palmer; mas, por essa época, eu já não participava mais de suas aventuras.]
Hoje, quando vejo alguns pais condenarem jogos eletrônicos ou o uso computador, pois estes "desviariam" os filhos de coisas mais importantes, lembro que, quando criança havia a mesma lenga-lenga a respeito dos gibis. Felizmente, meus pais nunca proibiram; como eu tinha pouca grana, participava de uma feira de troca que ocorria, a cada domingo, antes do início das matinés do Cine Fernandópolis. Foi graças aos gibis que eu me tornei um leitor.
Se a memória não me trai, e ela sempre nos prega peças, a primeira obra que li foi um gibi do Mickey, em cuja história ele visitava uma tribo de índios. Eu devia ter uns seis anos, fazia uma viagem de trem com meu pai, e ele comprou a revista de um dos funcionários da ferrovia que passavam oferecendo as coisas mais diversas pelos corredores dos vagões.
Quando Disney morreu, em 1966, eu tinha 10 anos - e levei um choque -, pois achei que nunca mais veria um desenho feito por ele ou uma história inédita. Na minha compreensão infantil, eu via aquele homem, noite após noite, desenhando e escrevendo, sozinho, cada uma daquelas fantásticas histórias.
Um pouco mais crescido, passei para leituras mais "adultas", tornei-me admirador do Sr. Walker, mais conhecido como Fantasma, o espírito que anda, de seu amigo Guran [o pigmeu da tribo bandar], do seu lobo de estimação, Capeto, e do se cavalo banco, Herói. [A propósito, quando começaram a maldar dos super-heróis, Fantasma foi o primeiro a se casar, com a sua namorada, a srta. Diana Palmer; mas, por essa época, eu já não participava mais de suas aventuras.]
Hoje, quando vejo alguns pais condenarem jogos eletrônicos ou o uso computador, pois estes "desviariam" os filhos de coisas mais importantes, lembro que, quando criança havia a mesma lenga-lenga a respeito dos gibis. Felizmente, meus pais nunca proibiram; como eu tinha pouca grana, participava de uma feira de troca que ocorria, a cada domingo, antes do início das matinés do Cine Fernandópolis. Foi graças aos gibis que eu me tornei um leitor.
Como aprendi o português
Reli o belo conto/crônica de Paulo Rónai, “Como aprendi o português”, enfeixado no livro de mesmo nome [editora Globo, 1975]. Rónai conta como, na Budapeste de 1939, seu grupo de amigos estudava línguas “exóticas” e ele se sentia “humilhado” por estudar uma “fácil”: o português.
Começou pelo português de Portugal, até cair-lhe nas mãos um livro de poesia brasileira. Ele diz como passou a receber copiosa correspondência do Brasil depois de uma carta enviada ao jornal Correio da Manhã, do Rio. E como a publicação de alguns poemas, que ele traduziu para o húngaro [a única língua que o diabo respeita, conforme li em Budapeste, de Chico Buarque, que deve ter visto em outro lugar], nos jornais de sua cidade, levou um importante crítico a dizer que “o Brasil chegou-se mais perto” da Hungria.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, o governo húngaro, pró-nazista, prende Rónai [filho de judeus] em um campo de trabalhos forçados. Ele consegue fugir para Portugal, tendo como objetivo chegar ao Brasil. Mas, o estudo da língua de Camões de nada lhe serve para conversar com os portugueses – o que o deixa profundamente frustrado –, ainda que lhe possibilitasse ler perfeitamente os jornais. Depois de seis semanas, embarca para o Brasil.
Veja a forma deliciosa como ele relata a sua chegada ao Rio de Janeiro.
“Cheguei uns vinte dias depois. Que alívio logo na entrada! O Brasil recebia-me com uma linguagem clara, sem mistérios. Ainda não desembarcara, e já não perdia nenhuma das palavras do carregador que, em compensação, perdeu uma de minhas malas. Entendi igualmente o funcionário da alfândega; e de tão satisfeito, não lhe rebati a surpreendente afirmação de que o português e o húngaro eram línguas irmãs. O deslumbramento continuou na rua, no primeiro táxi, no hotel. O idioma que eu aprendera em Budapeste era mesmo o português!”
sábado, 25 de abril de 2009
Demócrito Dummar
Hoje, 24 de abril de 2009, faz um ano que Demócrito Dummar, o presidente do O POVO, morreu. Dizem que não há pessoas insubstituíveis: discordo. Todas, de um modo ou de outra, o são, pois únicas, e Demócrito em um nível mais elevado. Estivemos ontem na missa em homenagem a ele. Um ano depois, a igreja Cristo Rei cheia.
Demócrito estava para muito além de ser um simples empresário da comunicação; era um jornalista com toda a força de sua alma. Basta ver as frases dele que O POVO publica na edição de hoje, no alto de cada página. Mas os editores esqueceram-se de uma, que é minha preferida: "A hierarquia é uma mesa redonda".
Assim ele tocava o jornal, sem impor suas opiniões, mas argumentando à exaustão. Procurava um ângulo novo, ouvia, perguntava com genuína curiosidade; muitas vezes o vi aceitar argumentos que lhe pareciam bons, mesmo quando esses vinham de repórteres jovens, pois ele não escolhia os interlocutores pela idade ou pelos títulos.
Recentemente, d. Lúcia (mãe de Demócrito) me contou que ele via, como a pessoa mais inteligente que ele conhecia, um dos caseiros do sítio dela, pela ligação, entedimento e a sensibilidade dele em relação à natureza, principalmente dos pássaros que lá habitam. Esse homem, que Demócrito admirava, nunca frequentou uma escola formal. Esse é o Demócrito, que nos suprendia a cada dia, e continuará a nos surpreender pela memória que todos guardaremos dele e que nos encarregaremos de distribuir, tentando emular a generosidade que era a marca mais profunda de sua personalidade.
Mas certamente, ele não ia querer tristeza, conto duas histórias diferentes que captam uma infinesimal parcela do modo como ele via a vida.
- No fim de 2007, quando já esta certo que deixaria a função de ombudsman, saí com três colegas de Redação, Gutemberg, Cláudio Ribeiro e Demitri Túlio para um bar copo-sujo, o Zé Maria, nas proximidades do O POVO. Devia ser umas 10 da noite, ligo para a diretora de Redação, Fátima Sudário, que ainda estava no fechamento do jornal, e ouço a voz do Demócrito: "É o Plínio?"; a Fátima, brincando: "Eles estão fazendo o bota-fora do Plínio do cargo de ombudsman"; Demócrito: "Onde é?, eu quero ir lá". Não se passam cinco minutos Demócrito encosta o carro, desce com d. Vânia (a companheira inseparável) com vestido de festa, para onde iriam ou de onde estavam vindo. O Zé Maria, meio atarantado enxugava as mãos no avental e procurava uma cadeira, que não estivesse quebrada, para oferecer a d. Vânia. Iniciamos um pedido de desculpa, pelo que parecia um transtorno a d. Vânia e ela sorrindo: "Que nada, eu já estou acostumada". Ficamos por lá um bom par de horas. Depois disso, Demócrito sempre perguntava: "Quando vamos voltar ao Zé Maria?"
- Em 2006, o artista plástico Yuri Firmeza conseguiu enganar os jornais da cidade com um fictício artista plástico japonês o Souzareta Geijutsuka. Foram feitas matérias, anunciada a sua suposta exposição, etc. Até que o Yuri revela a farsa e explica que o fez como uma espécie de vingança contra os jornais que não dariam importância aos artistas locais. Eu era ombudsman e estava de férias quando o fato aconteceu. Na volta, ao entrar na Redação observo a revolta de vários colegas por terem sido enganados, alguns não se conformavam, queriam encerrar o assunto. O POVO sustenta o debate por alguns dias. Encontro Demócrito e brinco como ele: "Viu o que fizeram com o seu jornal?" E ele: "Você viu que coisa interessante? Eu acho que devíamos mantido essa discussão por mais tempo". Eu: "Demócrito, você deve ser o único dono de jornal do mundo que está à esquerda de sua Redação".
De fato, as pessoas são insubstituíveis, mas a verdade inevitável é que a vida segue, e não poderia ser diferente. O que nos resta é tentar fazer justiça à memória de Demócrito, dando continuidade à sua obra: O POVO.
Demócrito estava para muito além de ser um simples empresário da comunicação; era um jornalista com toda a força de sua alma. Basta ver as frases dele que O POVO publica na edição de hoje, no alto de cada página. Mas os editores esqueceram-se de uma, que é minha preferida: "A hierarquia é uma mesa redonda".
Assim ele tocava o jornal, sem impor suas opiniões, mas argumentando à exaustão. Procurava um ângulo novo, ouvia, perguntava com genuína curiosidade; muitas vezes o vi aceitar argumentos que lhe pareciam bons, mesmo quando esses vinham de repórteres jovens, pois ele não escolhia os interlocutores pela idade ou pelos títulos.
Recentemente, d. Lúcia (mãe de Demócrito) me contou que ele via, como a pessoa mais inteligente que ele conhecia, um dos caseiros do sítio dela, pela ligação, entedimento e a sensibilidade dele em relação à natureza, principalmente dos pássaros que lá habitam. Esse homem, que Demócrito admirava, nunca frequentou uma escola formal. Esse é o Demócrito, que nos suprendia a cada dia, e continuará a nos surpreender pela memória que todos guardaremos dele e que nos encarregaremos de distribuir, tentando emular a generosidade que era a marca mais profunda de sua personalidade.
Mas certamente, ele não ia querer tristeza, conto duas histórias diferentes que captam uma infinesimal parcela do modo como ele via a vida.
- No fim de 2007, quando já esta certo que deixaria a função de ombudsman, saí com três colegas de Redação, Gutemberg, Cláudio Ribeiro e Demitri Túlio para um bar copo-sujo, o Zé Maria, nas proximidades do O POVO. Devia ser umas 10 da noite, ligo para a diretora de Redação, Fátima Sudário, que ainda estava no fechamento do jornal, e ouço a voz do Demócrito: "É o Plínio?"; a Fátima, brincando: "Eles estão fazendo o bota-fora do Plínio do cargo de ombudsman"; Demócrito: "Onde é?, eu quero ir lá". Não se passam cinco minutos Demócrito encosta o carro, desce com d. Vânia (a companheira inseparável) com vestido de festa, para onde iriam ou de onde estavam vindo. O Zé Maria, meio atarantado enxugava as mãos no avental e procurava uma cadeira, que não estivesse quebrada, para oferecer a d. Vânia. Iniciamos um pedido de desculpa, pelo que parecia um transtorno a d. Vânia e ela sorrindo: "Que nada, eu já estou acostumada". Ficamos por lá um bom par de horas. Depois disso, Demócrito sempre perguntava: "Quando vamos voltar ao Zé Maria?"
- Em 2006, o artista plástico Yuri Firmeza conseguiu enganar os jornais da cidade com um fictício artista plástico japonês o Souzareta Geijutsuka. Foram feitas matérias, anunciada a sua suposta exposição, etc. Até que o Yuri revela a farsa e explica que o fez como uma espécie de vingança contra os jornais que não dariam importância aos artistas locais. Eu era ombudsman e estava de férias quando o fato aconteceu. Na volta, ao entrar na Redação observo a revolta de vários colegas por terem sido enganados, alguns não se conformavam, queriam encerrar o assunto. O POVO sustenta o debate por alguns dias. Encontro Demócrito e brinco como ele: "Viu o que fizeram com o seu jornal?" E ele: "Você viu que coisa interessante? Eu acho que devíamos mantido essa discussão por mais tempo". Eu: "Demócrito, você deve ser o único dono de jornal do mundo que está à esquerda de sua Redação".
De fato, as pessoas são insubstituíveis, mas a verdade inevitável é que a vida segue, e não poderia ser diferente. O que nos resta é tentar fazer justiça à memória de Demócrito, dando continuidade à sua obra: O POVO.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Memória e devir
É o título da Semana de Humanidades Uece/UFC, que começa na segunda-feira [27/4/2009]. A abertura será às 18h, no auditório da reitoria da UFC, com palestra do escritor Affonso Romano de Sant’anna. A programação completa está aqui.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Twitter vira campo de batalha
entre o colunista da revista Veja, o parajornalista Diogo Mainardi, e o apresentador do CQC, Marcelo Tas. O motivo da briga parece ter sido a menção que Mainardi fez ao acordo que Tas mantém com a Telefônica para a divulgação de um serviço. O parajornalista teria chamado Tas de "homem sanduíche do século XXI", referência às pessoas que andam nas ruas com placas de publicidade colocadas na frente e nas costas, ou seja publicidade colada ao corpo [noves fora, pilotos de Fórmula 1 e praticantes profissionais de qualquer esporte]. Tas revidou dizendo que Mainardi estaria com inveja. Veja mais no Adnews.
Tas eu não sei qual apito toca, mas Mainardi é um provocadorzinho semiprofissional que ganha a vida com factóides. [Aliás, nem sei porque faço esse post: de qualquer modo, pouca gente vai ver mesmo :)]
Tas eu não sei qual apito toca, mas Mainardi é um provocadorzinho semiprofissional que ganha a vida com factóides. [Aliás, nem sei porque faço esse post: de qualquer modo, pouca gente vai ver mesmo :)]
Sincronicidade do Sagrado
Vasco Arruda é um sujeito que entende muito de religiões, de muitas. Mas não pensem que ele é um proselitista ou um intolerante. Ele acolhe com igualdade todas as manifestações do "Sagrado", que é como ele nomeia o mistério que outros chamam de Deus, pois este nome teria uma conotação restritiva e aquele amplificadora. [A propósito, ele também tem paciência com alguns profanos amigos. :)]
Pois bem, Vasco é um estudioso, já deu aulas de História das Religiões, escreveu livros e agora resolveu fazer um blog, o Sincronicidade. Se você se interessa pelo assunto, lá encontrará um cara sem proeconceitos, com quem poderá dialogar sobre o assunto.
Pois bem, Vasco é um estudioso, já deu aulas de História das Religiões, escreveu livros e agora resolveu fazer um blog, o Sincronicidade. Se você se interessa pelo assunto, lá encontrará um cara sem proeconceitos, com quem poderá dialogar sobre o assunto.
Joaquim Barbosa X Gilmar Mendes
Vocês devem ter visto o pau que comeu entre os ministros Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes [presidente], do Supremo Tribunal Federal (STF). Mendes acusou Barbosa de fazer julgamentos diferentes, conforme a classe dos envolvidos. Seguiu-se o "diálogo":
Barbosa: "V. excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral a mim? Saia à rua ministro Gilmar, saia à rua, faça o que eu faço".
Mendes: "Eu estou na rua ministro Joaquim"
Barbosa: "V. excelência não está na rua não, vossa excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro" E ainda sapecou: "V. excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas de Mato Grosso [referência ao estado de origem de Gilmar Mendes]. Veja o vídeo aqui.
Não é a primeira vez que se acusa o ministro Gilmar Mendes de ser um perigo ao Judiciário. Em 8 de maio de 2002, o jurista Dalmo de Abreu Dallari, quando Mendes foi indicado ao TST pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, escreveu um artigo para o jornal Folha de S. Paulo. No texto, Dallari disse que a presença de Mendes no TST poria "em risco sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional".
Veja a reprodução do artigo de Dallari [grifei]:
...............................................
Folha de S. Paulo 8/5/2002
Degradação do Judiciário
DALMO DE ABREU DALLARI
Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais. Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.
Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República [Fernando Henrique Cardoso], com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica. Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.
Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente - pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga -, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.
É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção. É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo [Gilmar Mendes] especializou-se em "inventar" soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, "inventaram" uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações.
Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais. Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais. Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um "manicômio judiciário".
Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no "Informe", veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado "Manicômio Judiciário" e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que "não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo".
E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na "indústria de liminares".
A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista "Época" (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público - do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários - para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na "reputação ilibada", exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou "ação entre amigos". É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.
Dalmo de Abreu Dallari, 70, advogado, é professor da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário de Negócios do município de São Paulo (administração Luiza Erundina). Link para o artigo aqui [para assinantes]
Barbosa: "V. excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral a mim? Saia à rua ministro Gilmar, saia à rua, faça o que eu faço".
Mendes: "Eu estou na rua ministro Joaquim"
Barbosa: "V. excelência não está na rua não, vossa excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro" E ainda sapecou: "V. excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas de Mato Grosso [referência ao estado de origem de Gilmar Mendes]. Veja o vídeo aqui.
Não é a primeira vez que se acusa o ministro Gilmar Mendes de ser um perigo ao Judiciário. Em 8 de maio de 2002, o jurista Dalmo de Abreu Dallari, quando Mendes foi indicado ao TST pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, escreveu um artigo para o jornal Folha de S. Paulo. No texto, Dallari disse que a presença de Mendes no TST poria "em risco sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional".
Veja a reprodução do artigo de Dallari [grifei]:
...............................................
Folha de S. Paulo 8/5/2002
Degradação do Judiciário
DALMO DE ABREU DALLARI
Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais. Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.
Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República [Fernando Henrique Cardoso], com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica. Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.
Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente - pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga -, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.
É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção. É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo [Gilmar Mendes] especializou-se em "inventar" soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, "inventaram" uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações.
Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais. Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais. Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um "manicômio judiciário".
Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no "Informe", veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado "Manicômio Judiciário" e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que "não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo".
E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na "indústria de liminares".
A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista "Época" (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público - do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários - para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na "reputação ilibada", exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou "ação entre amigos". É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.
Dalmo de Abreu Dallari, 70, advogado, é professor da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário de Negócios do município de São Paulo (administração Luiza Erundina). Link para o artigo aqui [para assinantes]
TV Cultura: nova marca
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Rosa da Fonseca: 60 anos
As mulheres costumam esconder a idade, mas nem todas. A radical crítica Rosa da Fonseca comemorá os seus 60 anos em grande estilo. A festa, com convite público, vai ser animada por mais de 20 músicos, amigos da aniversariante, entre eles Fausto Nilo, Téti, Manassés e Eugênio Leandro. Rosa, que já passou por várias fases militantes, sempre na esquerda, hoje, na Crítica Radical, é arauto do "fim da política", candidata a coveira do capitalismo, e nos desafia a "pensar o impensável" em direção à "sociedade da emancipação humana".
[Me passa pela lembrança a quantidade de vezes que Dorian Sampaio abria a porta da pequena redação do JD, o braço passado pelos ombros de Rosa, invariavelmente lembrando quando ambos eram jovens, para dizer que ele era a "a moça mais bonita" de sua época.]
A festa será no dia 24/4/2009 [sexta-feira], na av. da Universidade, 2158 [ao lado do Teatro Universitário]. Contatos: (85) 8816 6253 - 3081 2956 - 3091 0861
Combate à corrupção
O Curso Instrumentos de Gestão e Informação para a Transparência e Prevenção contra a Corrupção, da Fundação Konrad Adenauer e Escola de Formação de Governantes, começará no dia 29 de abril; as inscrições podem ser feitas até o próximo dia 27. Terá duração de um mês, às quartas e quintas-feiras, das 18h30min às 22 horas. O objetivo, segundo os organizadores, é apresentar "experiências práticas e instrumentos teóricos" para aqueles que querem ter mais informações sobre o tema. Mais informações e inscrições aqui.
Chupa que é de uva
Dominguinhos: "Outro dia vi o Aviões do Forró e fiquei com pena vendo aquela vocalista cantando Chupa que é de Uva. Ela é uma grande cantora, mas infelizmente estava cantando besteira. Coitados, eles dependem disso para o sucesso. Mas se ela sair dali, ela emplaca em qualquer lugar". No O POVO.
Controle das verbas públicas
Ou falta dele. O POVO traz matéria bem interessante falando de repasses que as prefeituras fazem para a Aprece [Associação de Prefeitos e Municípios do Ceará], UVC [União dos Vereadores Cearenses] e APDM [associação de primeiras-damas]. Foram R$ 13 milhões nos últimos quatro anos. O, digamos assim, "detalhe", é que esse dinheiro fica fora da prestação de contas que os prefeitos precisam fazer ao TCM [Tribunal de Contas dos Municípios]. O presidente do TCM, Ernesto Sabóia, diz que é "inquestionável" a necessidade de se prestar contas desses recursos, mas que esta é a "primeira vez que o caso está sendo levantado". O texto do O POVO questiona a constante queixa dos prefeitos pela falta de recursos, frente a esse transferência maciça de dinheiro a entidades privadas. Veja a matéria aqui.
Por que tanta gente quer ser jornalista?
Com o título acima, o velho repórter Ricardo Kotscho fez uma postagem em seu Balaio, comentando uma das muitas palestras que faz para estudantes. Ele começa assim:
"Faz muitos anos que os cursos de comunicação social que formam jornalistas são os mais cobiçados nos exames vestibulares. Faculdades de jornalismo pipocam por todo país, são centenas por toda parte. Por isso, eu me pergunto: por que tanta gente quer ser jornalista, exatamente neste momento em que se anuncia a morte dos jornais e a nossa profissão é tão criticada pelo conjunto da sociedade? Além disso, estamos prestes a ter uma decisão do Supremo Tribunal Federal, provavelmente acabando com a obrigatoriedade do diploma, o que, na prática, significa que qualquer um poderá ser jornalista, como já vem acontecendo." No fim, ele diz não ter resposta para a pergunta e pede socorro a seus leitores.
Ainda tem um brinde: ele reproduz a palestra que fez aos estudantes. Vale a pena ler, seja você estudante, jornalista - ou tenha qualquer outra profissão.
"Faz muitos anos que os cursos de comunicação social que formam jornalistas são os mais cobiçados nos exames vestibulares. Faculdades de jornalismo pipocam por todo país, são centenas por toda parte. Por isso, eu me pergunto: por que tanta gente quer ser jornalista, exatamente neste momento em que se anuncia a morte dos jornais e a nossa profissão é tão criticada pelo conjunto da sociedade? Além disso, estamos prestes a ter uma decisão do Supremo Tribunal Federal, provavelmente acabando com a obrigatoriedade do diploma, o que, na prática, significa que qualquer um poderá ser jornalista, como já vem acontecendo." No fim, ele diz não ter resposta para a pergunta e pede socorro a seus leitores.
Ainda tem um brinde: ele reproduz a palestra que fez aos estudantes. Vale a pena ler, seja você estudante, jornalista - ou tenha qualquer outra profissão.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Ministro do TCU voou com cota de deputado
O portal de notícias Congresso em Foco vem dando um banho de cobertura no caso do uso indevido de cotas de passagens aéreas de parlamentares. Hoje anunciou que as cotas serviram a Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), órgão responsável por fiscalizar as despesas dos três Poderes. Nardes viajou de Brasília para Porto Alegre no dia 6 de dezembro de 2007, às 10h20, no voo JJ 8020. A viagem custou R$ 519,12 e foi paga pela cota do deputado José Otávio Germano (PP-RS).
Biblioteca Digital Mundial
Está na rede a Biblioteca Digital Mundial, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura [Unesco]. O projeto reúne acervo de bibliotecas de quase todos os países do mundo, incluindo o Brasil. A consulta é gratuita, em sete línguas, entre elas o português. O acervo é composto de imagens, manuscritos, mapas, filmes e gravações. Vale a pena conferir, aqui. [Acima, mapa do Brasil de 1565: clique e veja ampliado]
Oi, tem alguém aí?
Se você tem um Oi e vai viajar, prepare-se para ficar sem telefone. Já aconteceu comigo em São Paulo, aqui bem próximo de Fortaleza, pouco depois de Beberibe e, agora, mais recentemente, em várias cidades do interior do Ceará. Para não dizer que meu celular não serviu para nada, usei-o como lanterna para discar de um orelhão à noite, para conseguir ver as teclas e a quantidade de crédito do cartão, que passa naquele visorzinho dos telefones públicos.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Voando com a cota pelo mundo
Dos 18 deputados que usaram a cota parlamentar para 20 ou mais voos internacionais, cinco são do Ceará:
- Léo Alcântara (PR): 35
- Marcelo Teixeira (PR): 35
- Aníbal Gomes (PMDB): 24
- Eugênio Rabelo (PP): 24
- Paulo Henrique Lustosa (PMDB): 24
O levantamento é do Congresso em Foco. Veja a lista completa.
- Léo Alcântara (PR): 35
- Marcelo Teixeira (PR): 35
- Aníbal Gomes (PMDB): 24
- Eugênio Rabelo (PP): 24
- Paulo Henrique Lustosa (PMDB): 24
O levantamento é do Congresso em Foco. Veja a lista completa.
Escritor Bin Laden
O escritor Marcelo Mirisola esculhamba jornais e jornalistas, especialmente a Folha de S. Paulo e "os suplementos culturais dos jornalões e os nerds e as bichinhas culturais que os fazem, quero que todos eles – inclusive e sobretudo o leitor bunda-mole desses jornais que frequenta a Casa do Saber e a festa de Paraty – quero mais é que todos eles vão para a putaqueospariu". É pau puro. No Congresso em Foco.
Encontro Nacional de Comunicação
Está sacramentado no Diário Oficial da União [17/4/2009] o decreto presidencial que convoca a Primeira Conferência Nacional de Comunicação. Será entre os dias 1 a 3 de dezembro deste ano, com o tema “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital”.
Lula havia anunciado, no Fórum Social Mundial, realizado em Belém, a disposição em convocar a conferência. As despesas serão bancadas pelo Ministério das Comunicações, que dispõe de R$ 8,2 milhões no orçamento de 2009 para o evento. Veja mais no portal do Ministério das Comunicações.
Lula havia anunciado, no Fórum Social Mundial, realizado em Belém, a disposição em convocar a conferência. As despesas serão bancadas pelo Ministério das Comunicações, que dispõe de R$ 8,2 milhões no orçamento de 2009 para o evento. Veja mais no portal do Ministério das Comunicações.
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A mídia em debate
Carta Maior promove o evento "A mídia em debate", na próxima sexta-feira, 24 de abril. Será no hotel Macksoud Plaza, em São Paulo, às 19 horas, com entrada gratuita. Debatedores: Laurindo Leal Filho [professor da USP], Venício Lima [pesquisador da UnB], Luis Nassif [jornalista] e Damian Loreti [professor da Universidade de Buenos Aires]. Convidado especial: o professor Antonio Roberto Espinosa [aquele que deu entrevista para a Folha de S. Paulo e, depois da publicação, acusou o jornal de ter-lhe deturpado as palavras, ao envolver a ministra Dilma Rousseff em um plano - não realizado - para sequestrar Delfin Neto, no período da ditadura militar]. Ver aqui.
Para quem não pode estar em Sampa, o evento será transmitido ao vivo pela TV Carta Maior.
Para quem não pode estar em Sampa, o evento será transmitido ao vivo pela TV Carta Maior.
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Eliminar jornais salva o planeta?
Marriott, o grupo hoteleiro avisou que não mais distribuirá jornais automaticamente aos clientes. A rede disse que cada jornal representa meia libra de emissões de dióxido de carbono. Eles distribuem 50 mil jornais por dia, cerca de 18 milhões por ano. A rede hoteleira pretende fazer a distribuição mais dirigida e usar meios eletrônicos para difundir notícias. No NYT.
Blog, Twitter e YouTube
A exemplo de Barack Obama, o presidente Lula pretende utilizar-se de todos os meios virtuais disponíveis. Vai lançar o "Blog do Planalto", um perfil no Twitter e estuda como usar o YouTube. Mais.
A propósito, sempre que vou a debates com dirigentes sindicais, estes se queixam da "falta de espaço" na "grande imprensa". O que eu respondo é o seguinte: a esquerda brasileira nunca teve competência criar um jornal de referência, a exemplo de alguns países da Europa [e mesmo a esquerda americana, que tem uma revista de repercussão mundial a Mother Jones]. Agora, esse bonde já passou. Mas a esquerda ainda pode lançar mão dos meios eletrônicos, inclusive criando uma TV na internet, a baixo custo, em vez de ficar se queixando.
Está aí o ex-sindicalista Luiz Inácio mostrando o caminho.
A propósito, sempre que vou a debates com dirigentes sindicais, estes se queixam da "falta de espaço" na "grande imprensa". O que eu respondo é o seguinte: a esquerda brasileira nunca teve competência criar um jornal de referência, a exemplo de alguns países da Europa [e mesmo a esquerda americana, que tem uma revista de repercussão mundial a Mother Jones]. Agora, esse bonde já passou. Mas a esquerda ainda pode lançar mão dos meios eletrônicos, inclusive criando uma TV na internet, a baixo custo, em vez de ficar se queixando.
Está aí o ex-sindicalista Luiz Inácio mostrando o caminho.
Balançando o sedém [VI]
Tem mais uma da viagem Guaraciaba do Norte/Viçosa do Ceará que estava esquecendo de contar. Entre um percurso e outro, correndo o dial digital do rádio, parei em uma emissora, não sei de qual cidade, em que o locutor tocava Nelson Gonçalves para homenagear o seu aniversário de nascimento. Como dizia o speaker se "Nelson estivesse entre nós", ele teria completado 90 anos no dia 18 de abril. Depois de uma música, daquelas que o cantor quase estoura as caixas de som, o cara se sai com essa: "Isso é que é cantor; isso é que é voz, e voz de homem, não aquele negócio de Caetano Seboso, que não canta nada e ainda beija boca de homem". Continuou esculachando Caetano Veloso por um bom par de minutos e emendou: "Hoje pra ser cantor basta balançar o sedém na televisão; balançou o sedém, já está fazendo sucesso; no tempo do rádio não, precisava ter voz". Impagável.
[Algum eventual leitor não-cearense que não saiba o que é "sedém", ainda que dê para imaginar, sugiro procurar um bom dicionário de termos da terra de Alencar.]
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domingo, 19 de abril de 2009
Soprando o bafômetro [V]
No volta, uma blitz do Detran e Cia. nos para nas proximidades de Tianguá. Documentos, etc., e a funcionária do Detran, muito gentil: "Nós também estamos fazendo o teste do bafômetro, o sr. quer fazer?" Eu quase perguntei: "É convite ou intimação?" Mas numa hora dessas é melhor não brincar, pode render "desacato à autoridade". :) Ok, lá fui eu. Formou-se uma fila: uns três da minha frente, fui prestando atenção. O negócio tem uma técnica, não é ir soprando de qualquer jeito, não. O sujeito que fez o teste antes de mim errou três vezes e já estava ficando meio nervoso. Portanto, vou ensinar a você como fazer; caso seja parado em uma blitz, mostre-se um profissional do bafômetro: encha o pulmão de ar e sopre com força, e sem parar, de cinco a sete segundos. O técnico vai avisar: "Pode parar": é quando aparece a marcação na maquineta. [A propósito: eu "passei".]
Mas quem sofre mesmo é motociclista. Durante a blitz fica uma espécie de sentinela avançada vigiando; de vez em quando ele grita: "Lá vem moto!", e o pelotão se mobiliza para não deixar passar nenhuma.
Mas quem sofre mesmo é motociclista. Durante a blitz fica uma espécie de sentinela avançada vigiando; de vez em quando ele grita: "Lá vem moto!", e o pelotão se mobiliza para não deixar passar nenhuma.
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Igreja do Céu [IV]
Depois, subimos os mais de 300 degraus para chegar ao palco de Igreja do Céu [tem como ir de carro, mas dei uma de valente, não quis fazer feio para a minha mulher, e o resultado é que estou com a batata da perna em pandarecos]. É uma via-crúcis, quase literal, em cada "descanso" uma das 14 estações da cruz de Cristo entalhadas no cimento. A vista deslumbrante compensa o esforço.
Fui para ver o grupo Choro das 3 [meninas de São Paulo] e o Época de Ouro [marmanjos do Rio]. Por entre as mesas, lá estava o Serginho, junto com um bando de meninos da Associação vendendo o CD do Guarani Choramingando: R$ 5,00. Barato, eu o disse; e um moleque, bem ligeirinho: "Então compra o DVD, que é 10". Pedi um autógrafo [no CD], ele escreveu com letra caprichada: "De Serginho para Plínio", brá e fim.
Terminados os discursos [tipo espada: longo e chato] tocou a Orquestra de Viçosa do Ceará, após vieram as três choronas. Por essa hora, lá pelas 10 da noite, uma neblina começou a se formar na altura dos postes de iluminação; as meninas tocando, a neblina se adensando, até não se enxergar um metro à frente. Eu vou te contar: é muito bonito ver aquilo. Só que atrás da neblina, veio uma chuvinha fina, que engrossou, depois afinou de novo. As meninas cantando, a chuva caindo; uns ficaram lá firmes embaixo d'água, nós, com mais uma porção de gente, corremos para a Igreja do Céu, que os padres generosamente deixaram aberta.
Resolvemos descer a escada sob a chuva fina, sem ver o Época de Ouro [sei que perdemos um grande espetáculo]. Fomos segurando pelo corrimão, enquanto uns moleques, exibindo a boa forma física [e desafiando o perigo de escorregar], desciam às carreiras.
Olha, o festival Mel, Chorinho & Cachaça de Viçosa do Ceará tinha muito mais coisas interessantes. Mas só lhes conto o que pude ver.
Fui para ver o grupo Choro das 3 [meninas de São Paulo] e o Época de Ouro [marmanjos do Rio]. Por entre as mesas, lá estava o Serginho, junto com um bando de meninos da Associação vendendo o CD do Guarani Choramingando: R$ 5,00. Barato, eu o disse; e um moleque, bem ligeirinho: "Então compra o DVD, que é 10". Pedi um autógrafo [no CD], ele escreveu com letra caprichada: "De Serginho para Plínio", brá e fim.
Terminados os discursos [tipo espada: longo e chato] tocou a Orquestra de Viçosa do Ceará, após vieram as três choronas. Por essa hora, lá pelas 10 da noite, uma neblina começou a se formar na altura dos postes de iluminação; as meninas tocando, a neblina se adensando, até não se enxergar um metro à frente. Eu vou te contar: é muito bonito ver aquilo. Só que atrás da neblina, veio uma chuvinha fina, que engrossou, depois afinou de novo. As meninas cantando, a chuva caindo; uns ficaram lá firmes embaixo d'água, nós, com mais uma porção de gente, corremos para a Igreja do Céu, que os padres generosamente deixaram aberta.
Resolvemos descer a escada sob a chuva fina, sem ver o Época de Ouro [sei que perdemos um grande espetáculo]. Fomos segurando pelo corrimão, enquanto uns moleques, exibindo a boa forma física [e desafiando o perigo de escorregar], desciam às carreiras.
Olha, o festival Mel, Chorinho & Cachaça de Viçosa do Ceará tinha muito mais coisas interessantes. Mas só lhes conto o que pude ver.
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Guarani Choramingando [III]
Primeiro a obrigação, depois a devoção. De Guaraciaba fui a Viçosa do Ceará, onde transcorria o festival "Mel, Chorinho e Cachaça". É sempre bom voltar a Viçosa: clima ameno, uma vida tranquila [aparentemente, para quem chega de fora]. Belos lugares para se ver; ideal para se tomar um vinho em boa companhia. Só deu para ficar no sábado [no domingo teria Dominguinho]. Vi, na praça da Matriz, o Guarani Choramingando, grupo formado por meninos e meninas entre 12 e 16 anos de idade. São fantásticos: é um prazer imenso ouvi-los e emocionante ver o amor que eles têm pela música e pelos seus instrumentos. Marina Martins [flauta soprano] é a que fala pelo grupo; Bruna Whelita [cavaquinho] também fala um pouco; os meninos: Erinaldo Alves [violão], Bruno da Silva [flauta transversal], Luiz Miguel [ganzá] e Sérgio Lima [pandeiro] ficam quietos, mas tocam pra dedéu. O Serginho, de 12 anos, é um número à parte, pela destreza com que toca o seu instrumento e pela simpatia.
O grupo Guarani Choramingando é resultao do trabalho da ONG Associação Comunitária do Guarani, de Campos Sales [CE], que desenvolve o projeto "Construir a cidadania com arte educação e cultura". Pelo jeito, vem dando certo, e muito. Os contatos deles são: (88) 3533 1463 e assguarani@yahoo.com.br .
O grupo Guarani Choramingando é resultao do trabalho da ONG Associação Comunitária do Guarani, de Campos Sales [CE], que desenvolve o projeto "Construir a cidadania com arte educação e cultura". Pelo jeito, vem dando certo, e muito. Os contatos deles são: (88) 3533 1463 e assguarani@yahoo.com.br .
- Na foto da organização do evento [da esq. para a direita]: Serginho, Luiz Miguel, Marina, Bruno, Bruna e Erinaldo.
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"O Teixeira" [II]
Após o seminário, tivemos um agradável encontro no restaurante "O Teixeira" [que também tem uma pousada, onde fiquei]. Como não podia deixar de ser, rolaram causos e piadas sobre políticos. Vou contas duas delas, sem revelar os autores:
- Dois vereadores trocam insultos no plenário
- - V. excelência é um descalcificado.
- - E o senhor é um ignorante, é "desclassicado" que se diz.
- - Não, é descalcificado mesmo, pois faz 10 anos que sua mulher lhe bota chifre e ele ainda não nasceu.
A outra, no mesmo estilo:
- - V. excelência vem aqui falar dos outros, mas rouba cotidiariamente.
- - "Cotidiariamente" não, seu ignorante, o certo é "cotidianamente".
- - Cotidianamente se o sr. roubasse uma vez por ano, mas o sr. rouba é todo dia.
[Obviamente, qualquer semelhança com a vida real terá sido mera coincidência.]
A propósito: o Teixeira, que não tem nada a ver com o que foi dito acima, pois nem político é, faz um ótimo churrasco e melhor ainda tilápia frita. Ele aprendeu as artes de restauranter nos mais de 20 anos em que trabalhou no ramo em São Paulo e no Rio. No início dos anos 1990 resolveu voltar à sua terra para aplicar no seu negócio o aprendizado que teve na escola prática da vida. Simpático, ele está sempre à disposição para dois dedos de prosa.
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Guaraciaba do Norte [I]
"Quais os rumos do dinheiro de impostos que todos pagam?" Com esse mote iniciou-se, na sexta-feira [17/4/2009] o curso Controle Social das Contas Públicas, em Guaraciaba do Norte. O evento de abertura, organizado por Francisco Baltazar, foi realizado no Teatro João Barreto [instituição dirigida por ele]. Estiveram presentes mais de 100 alunos da Universidade Vale do Acaraú [UVA] e a meta de é reunir 200 estudantes em torno do assunto. O curso a distância, organizado pela Fundação Demócrito Rocha [FDR] e Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará [TCM] já está com 33 mil inscritos. Na sua cidade de origem, Baltazar quer complementar as disciplinas oferecidas a distância com uma série de seminários, que resultarão em créditos para os estudantes da UVA.
Neste primeiro seminário, o presidente do TCM, Ernesto Sabóia, defendeu a necessidade de mais auditores para fiscalizar as contas públicas e disse que a sociedade tem de dar a sua contribuição. Por isso, disse, tomou a iniciativa de propor o curso à FDR, de modo a capacitar o cidadão para melhor exercer seu papel fiscalizatório. Eu falei sobre a importância do jornalismo, da necessidade de transparência das contas públicas, e da luta pelo direito ao acesso às informações públicas, temas do fascículo que escrevi para o curso.
A propósito, os professores Palmira Soares [vice-reitora da UVA] e Leoman Gomes [pró-reitor de extensão] deram uma informação que, confesso, me surpreendeu: a UVA, em Guaraciaba, tem 1.300 alunos da própria cidade e de outras da região da Serra da Ibiapaba.
Neste primeiro seminário, o presidente do TCM, Ernesto Sabóia, defendeu a necessidade de mais auditores para fiscalizar as contas públicas e disse que a sociedade tem de dar a sua contribuição. Por isso, disse, tomou a iniciativa de propor o curso à FDR, de modo a capacitar o cidadão para melhor exercer seu papel fiscalizatório. Eu falei sobre a importância do jornalismo, da necessidade de transparência das contas públicas, e da luta pelo direito ao acesso às informações públicas, temas do fascículo que escrevi para o curso.
A propósito, os professores Palmira Soares [vice-reitora da UVA] e Leoman Gomes [pró-reitor de extensão] deram uma informação que, confesso, me surpreendeu: a UVA, em Guaraciaba, tem 1.300 alunos da própria cidade e de outras da região da Serra da Ibiapaba.
[Na foto, a bela fachada do Teatro João Barreto]
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sexta-feira, 17 de abril de 2009
Fora do ar
Comercial da Doritos foi suspenso pelo Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar). A propaganda, suspostamente, tem caráter homofóbico: a trilha sonora do filme é a música YMCA, considerada um símbolo gay no mundo inteiro. A dona da marca, a empresa Pepsico, diz que vai recorrer da decisão. O Conar pegou pesado: o "politicamente correto", por vezes, exagera. Veja o filme e tire suas próprias conclusões.
Farra das passagens
chega a Gilmar Mendes, presidente do STF, e ao ministro Eros Grau, como beneficiários da cota de deputados. Mas ambos apresentam documentos para mostrar que não tiveram viagens pagas pela Câmara. Eles podem ter sido envolvidos, involuntariamente, em um mercado paralelo de viagens pagas com dinheiro público. Veja no Congresso em Foco.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Em matéria de chifre...
...jornalistas em primeiro lugar. A maioria dos integrantes da diretoria da Associação dos Cornos de Rondônia [Ascron] é de jornalistas. A "descoberta" é do site Comunique-se, especializado em notícias sobre jornalismo e jornalistas. "[Devido ao acúmulo de trabalho] o jornalista acaba esquecendo a mulher em casa. Alguém tem que dar carinho a ela", é a provocação de Pedro Soares, presidente da entidade, que tem mais de 8 mil associados. Ficou curioso?, veja a matéria aqui. E o site da Ascron, aqui. Ainda bem que é em Rondônia, né não?
Direito à informação pública
Está disponível o relatório do seminário de direito de acesso às informações públicas, realizado no início deste mês, em Brasília. Aqui. Há arquivos de texto, vídeo e Power Point, neste um resumo do que representa o "direito de acesso", apresentado por Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.
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Negar informação à sociedade é censura
A Corte Européia de Direitos Humanos decidiu que a negativa de órgãos públicos em liberar informação fundamental ao monitoramento do governo pela sociedade e mídia se caracteriza como censura, a partir do monopólio da informação. O tribunal considerou transgressão à Convenção Européia de Direitos Humanos a medida da Corte Constitucional Húngara, quando negou à União Húngara de Liberdades Civis a divulgação dos questionamentos dos parlamentares sobre a legalidade de uma nova lei de política pública para drogas. Mais aqui.
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quarta-feira, 15 de abril de 2009
Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia
A 2ª edição do evento, promovido pela revista Imprensa, será aberta com o painel “A indústria jornalística e sua herança democrática”, com a participação de Ricardo Gandour (Grupo Estado), Heródoto Barbeiro (CBN e TV Cultura) e Sergio Murillo de Andrade (Fenaj). Será no dia 4 de maio, em São Paulo. [Programação]
Anônimo revisor
Arranjei um revisor "Anônimo"; creio que é o mesmo que me fez uma correção outro dia, pois não é possível que eu tenha dois leitores. Agora, ele viu o Grouxo, que já reescrevi corretamente na postagem abaixo. Para não perder a viagem, deixo uma frase do Groucho Marx: "Eu não posso dizer que não discordo com você."
Jornalista, só com diploma
Recebi convite para entrar na comunidade acima, de pessoas que defendem a exigência do diploma específico de Jornalismo para o exercício da profissão. Parece que erraram de endereço: não creio que esse seja o único modo de fazer jornalismo. De qualquer modo, a exemplo de Marx [o Groucho], eu não entro em nenhum clube que me aceite como sócio. Veja mais clicando o marcador "diploma".
terça-feira, 14 de abril de 2009
Jornalismo em Contexto
É o tema sobre o qual fui convidado para falar, junto com Nilton Júnior (TV O POVO), aos estudantes do curso de Jornalismo da Fa7. "Em tempos de internet e notícias online, como fica a cobertura jornalística das editorias de cidades dos jornais impressos e telejornais? Que mudanças ocorreram no que se refere à pauta, redação, edição?" São as perguntas que querem que respondamos. Será nesta quarta-feira (15/4), às 20h30min, com mediação da professora Alessandra Marques.
Presente
O professor Júlio Rocha me ofereceu o cabeçalho acima, pelo que agradeço. Eu não saberia fazer.
Simpósio Internacional de Jornalismo Online,
em sua 10ª edição, será realizado na Universidade do Texas, em Austin, nos dias 17 e 18 de abril. Reunirá jornalistas, acadêmicos e executivos da indústria jornalística dos Estados Unidos, América Latina e Ásia. O evento é organizado desde desde 1999 pelo professor Rosental Calmon Alves, titular da cátedra Knight de Jornalismo Internacional e da cátedra da Unesco em Comunicação. Rosental é brasileiro e foi o cara que pôs o primeiro jornal na internet no país, o Jornal do Brasil, em 1997, na pré-história da internet. O evento será transmitido ao vivo pelos alunos Universidade do Texas. Veja mais na Abraji.
Jornalismo cidadão
The Washington Times, jornal americano, destinará uma página diária para colaboração de leitores. O projeto se inicia no dia no dia 20 de abril.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
OhmyNews
É o maior jornal do mundo feito por "jornalistas cidadãos". O coreano OhmyNews foi fundado em 2000 e, de acordo com a revista Forbes tem mais de 70 mil colaboradores - e outros seis mil para a versão em inglês do seu portal, o OhmyNews International (OMNI). Veja entrevista que o IJNet fez com o editor sênior da OMNI, Todd C. Thacker.
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Espinafrando os prêmios do Senado
Marcelo Soares leu a postagem abaixo e avisou que espinafrava os prêmios para jornalismo instituídos pelo Senado, ao pé da postagem "Gente que não presta", no "E você com isso?"
"Estamos furiosos...
e não vamos mais suportar isto. Não podemos continuar assistindo outros roubarem nosso trabalho amparados em teorias legais equivocadas". Dean Singleton, presidente da Associated Press, para quem é insustentável ver a reprodução indiscrimindada das notícias produzidas pela agência sem que nada lhes seja pago. Aqui.
Senado: prêmios de jornalismo
O Senado Federal instituiu dois prêmios de jornalismo, um no âmbito do Congresso Nacional e outro no do Senado. O primeiro cria o Prêmio Barbosa Lima Sobrinho de Jornalismo, para reconhecer trabalhos que contribuam para o aperfeiçoamento do Estado democrático de direito e para a defesa dos direitos humanos. O outro, o Prêmio Jornalista Roberto Marinho de mérito jornalístico, de contribuição relevante para o "engrandecimento do jornalismo brasileiro". Ao Prêmio Barbosa Lima Sobrinho de Jornalismo poderão concorrer matérias veiculadas por jornais, revistas, emissoras de rádio, televisão ou por sites eletrônicos. Serão aceitas inscrições de reportagens nas modalidades escrita, radiofônica, com som e imagem, fotografia e charge. Aqui.
domingo, 12 de abril de 2009
Cobrando pelo conteúdo.
Com o título "Mídia dos EUA prepara cobrança de conteúdo on line", a Folha de S. Paulo informa que o New York Times está estudando maneiras de cobrar por algumas partes de seu conteúdo. "Nos próximo meses antecipo que o New York Times deva começar a fazer algumas apostas", disse Bill Keller, editor-executivo do jornal novaiorquino. Veja aqui [para assinantes]. A cobrança de conteúdo vem ganhando cada vez mais adeptos entre os grandes jornais do mundo. O tema é recorrente no blog do Knight Center, um dos centros mais avançados no debate sobre jornalismo on line. Veja "A internet está prejudicando o jornalismo, dizem jornalistas americanos"; no pacote da crise, também entram pedidos de ajuda governamental para os jornais. Aqui. Clique no marcador "web", abaixo, e veja outros outras postagens sobre o assunto.
Ombudsman e o desmentido da fonte
Carlos Eduardo Lins da Silva, ombudsman da Folha de S. Paulo, abordou em sua coluna deste domingo [12/4/2009] a entrevista do professor Antonio Roberto Espinosa, ex-dirigente do grupo guerrilheiro VAR-Palmares, publicada pelo jornal. Espinosa nega ter dito que a ministra Dilma Roussef, então integrante do grupo, soubesse de um plano para sequestrar Delfim Netto, em 1969, conforme saiu no jornal. A Redação reafirma que o texto publicado reflete o que o entrevistado falou. O ombudsman defende a publicação da íntegra da entevista na internet - transcrita ou em áudio - para que os leitores possam tirar suas próprias conclusões. Veja o texto do ombudsman aqui. Eu falei do assunto na postagem "O desmentido da fonte". Clique em "Folha" no marcador e veja.
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Quem é o maluco?
"Quem é o maluco que está se matriculando em escolas de jornalismo atualmente", pergunta Sarah Lacy, colunista do blog TechCrunchi, olhando para a crise econômica que devasta os jornais americanos. Mas o número de estudantes de jornalismo cresce cada vez mais, ainda que, ao responder onde querem estar depois de formados, nenhum deles indica os jornalões, mas sim aspiram a um blog famosão. Do blog do Knight Center.
Conselhos a um jornalista
Fim de semana prolongado, etc., voltei ao livro Conselhos a um jornalista, de Voltaire. O texto é de 1737, mas quão atuais são alguns dos conselhos. Há muitos jornalistas que precisam ouvi-los:
"Se imparcial. Tens ciência e gosto; se além disso fores justo, predigo-te um sucesso duradouro" [Sobre como seria um jornal "que agrade o nosso século e a posteridade".]
"Tudo pode entrar na tua espécie de jornal, mesmo uma canção bem feita; nada desdenhes."
"Aconselho-te sobretudo, ao incluíres escritos de filosofia, que exponha primeiramente ao leitor uma espécie de síntese histórica das opiniões propostas ou das verdades estabelecidas."
"Nunca empregues uma palavra nova, a não ser que ela tenha estas três qualidades: ser necessária, inteligível e sonora. Ideias novas, principalmente em física, exigem expressões novas; mas substituir uma palavra usual por outro palavra cujo único mérito é novidade não é enriquecer a língua, mas aviltá-la." [Se Voltaire fosse nosso contemporâneo, e brasileiro, suspeito que ele substituiria "palavra nova" por "palavra estrangeira".]
"[...] Quer-se embelezar matérias um pouco áridas, mas parece-me que todas as pessoas honradas preferem cem vezes um homem grave, mas sábio, a um mau gracejador." [Me atrevo a dizer que se Voltaire escrevesse hoje, ele dirigiria a admoestação àqueles que decretam a "morte do lide", mas não sabem escrever uma matéria com começo, meio e fim.]
"Por exemplo, nada é mais comum nas gazetas que esta frase: Ficamos sabendo que os sitiadores teriam em tal dia batido em retirada; dizem que dois exércitos teriam se aproximado; em vez de: os dois exércitos se aproximaram, os sitiadores bateram em retirada, etc."
"Esse estilo gótico dos éditos e das leis é como uma cerimonia na qual usamos roupas antigas; mas não devemos usá-las em outros lugares. Seria muito melhor, até, se fizessem leis, que são feitas para ser facilmente entendidas, falar a linguagem comum. [...] Os escritores devem evitar esse abuso, praticado por todas as gazetas estrangeiras. Devem imitar o estilo da Gazeta impressa em Paris: ao menos ela diz corretamente coisas úteis."
Comprei o livro [editora Martins Fontes] há dois anos, na Fnac, naquela espécie de bacia das almas que eles põem os livros em liquidação. Eu olho sempre, no meio do cascalho sempre se descobre uma pepita.
"Se imparcial. Tens ciência e gosto; se além disso fores justo, predigo-te um sucesso duradouro" [Sobre como seria um jornal "que agrade o nosso século e a posteridade".]
"Tudo pode entrar na tua espécie de jornal, mesmo uma canção bem feita; nada desdenhes."
"Aconselho-te sobretudo, ao incluíres escritos de filosofia, que exponha primeiramente ao leitor uma espécie de síntese histórica das opiniões propostas ou das verdades estabelecidas."
"Nunca empregues uma palavra nova, a não ser que ela tenha estas três qualidades: ser necessária, inteligível e sonora. Ideias novas, principalmente em física, exigem expressões novas; mas substituir uma palavra usual por outro palavra cujo único mérito é novidade não é enriquecer a língua, mas aviltá-la." [Se Voltaire fosse nosso contemporâneo, e brasileiro, suspeito que ele substituiria "palavra nova" por "palavra estrangeira".]
"[...] Quer-se embelezar matérias um pouco áridas, mas parece-me que todas as pessoas honradas preferem cem vezes um homem grave, mas sábio, a um mau gracejador." [Me atrevo a dizer que se Voltaire escrevesse hoje, ele dirigiria a admoestação àqueles que decretam a "morte do lide", mas não sabem escrever uma matéria com começo, meio e fim.]
"Por exemplo, nada é mais comum nas gazetas que esta frase: Ficamos sabendo que os sitiadores teriam em tal dia batido em retirada; dizem que dois exércitos teriam se aproximado; em vez de: os dois exércitos se aproximaram, os sitiadores bateram em retirada, etc."
"Esse estilo gótico dos éditos e das leis é como uma cerimonia na qual usamos roupas antigas; mas não devemos usá-las em outros lugares. Seria muito melhor, até, se fizessem leis, que são feitas para ser facilmente entendidas, falar a linguagem comum. [...] Os escritores devem evitar esse abuso, praticado por todas as gazetas estrangeiras. Devem imitar o estilo da Gazeta impressa em Paris: ao menos ela diz corretamente coisas úteis."
Comprei o livro [editora Martins Fontes] há dois anos, na Fnac, naquela espécie de bacia das almas que eles põem os livros em liquidação. Eu olho sempre, no meio do cascalho sempre se descobre uma pepita.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Encontro Internacional de Imagem Contemporânea
Começa no domingo [12/4/2009], promovido pela UFC. Tem uma pá de atividade interessante para quem se interessa pelo assunto. Veja aqui a programação completa.
Experimentei: correção
Um "Anônimo", a quem agradeço, corrigiu um "esperimentei" que cometi na postagem "Nova ortografia". Já corrigi.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Diploma
Me pedem com frequência para falar sobre a exigência do diploma específico para o exercício da profissão de jornalista. Talvez porque, em Fortaleza, eu seja um dos poucos que defendem a necessidade de uma nova regulamentação. Falei longamente para Marcos Montenegro, aluno da Fa7. Quem tiver paciência de ler está aqui [não vou mentir :) é longo]. Pouco antes, na minha estreia em blog, falei para Emílio Morerno, Liberdade Digital.
O quanto sou
Carlos Nóbrega é um sujeito que fala pouco e presta muita atenção; nunca quis ouro nem prata e nem cargos; talvez por isso reste poeta: dos bons. "Ao Plínio dedico com um abraço", ele escreveu, ao deixar O quanto sou na portaria do meu prédio. [Vejam o luxo: o poeta me entrega em domicílio.] Deixo com vocês três poemas do livro:
Um vigoroso:
Cavalos não dão passos.
Cavalos se equilibram
no eco de seus músculos.
Assim são minhas buscas
Assim as faço bruscas
Assim as faço másculas.
Um irônico[?]:
fazia a moça
um feroz discurso
impondo ao homem
a volta à Natureza...
e vi plantados nela
um Sutiã Rendado
um Batom Bem Claro
e Óculos de Aro.
E outro metalinguístico:
Quem me dera
escrevesse O poema,
o deitasse ao chão,
E os pombos o comessem
letra por letra.
Mais, na bem cuidada edição da Expressão Gráfica Editora.
Um vigoroso:
Cavalos não dão passos.
Cavalos se equilibram
no eco de seus músculos.
Assim são minhas buscas
Assim as faço bruscas
Assim as faço másculas.
Um irônico[?]:
fazia a moça
um feroz discurso
impondo ao homem
a volta à Natureza...
e vi plantados nela
um Sutiã Rendado
um Batom Bem Claro
e Óculos de Aro.
E outro metalinguístico:
Quem me dera
escrevesse O poema,
o deitasse ao chão,
E os pombos o comessem
letra por letra.
Mais, na bem cuidada edição da Expressão Gráfica Editora.
Nova ortografia: corretores on line
Três conversores on line para a nova ortografia; ajuda bastante [não experimentei exaustivamente]:
Ortografia Nova.
Ortografa.
Interney.
Ortografia Nova.
Ortografa.
Interney.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Como salvar o jornalismo
Fazer jornalismo é muito diferente de escrever um blog [sem diminuir a importância deste]. Para fazer isso, basta fazer o que estou fazendo agora: sentar-se frente a um computador e escrever, dar opiniões e, eventualmente, uma ou outra informação. Fazer jornalismo, produzir reportagens - para ser publicada em papel ou na rede -, é muito caro - e alguém tem de pagar por isso. Reconhecendo-me um dinossauro, afirmo que a tese de pagar por conteúdo é defensável. Uma das formas poderia ser a do "micropagamento", no qual o internauta escolheria aquilo que quer ver, pagando somente por aquela "unidade". Walter Isaacson, ex-diretor administrativo da revista Time, escreveu com propriedade sobre isso. Ele termina o seu artigo assim:
"Não digo isto [a defesa da tese do pagamento] porque eu seja 'mau', que é a definição que minha filha faz de quem quer cobrar pelo conteúdo da internet. Digo porque minha filha é muito criativa e, quando ficar mais velha, quero que ela seja remunerada pela qualidade de seu trabalho, ao invés de me procurar para pedir dinheiro ou decidir que faz mais sentido tornar-se dona de um banco de investimentos. Também o digo porque adoro jornalismo. Acho que é válido e deveria ser valorizado por seus consumidores. Cobrar pelo conteúdo força os jornalistas a uma disciplina: eles devem produzir coisas que as pessoas realmente valorizem. A necessidade de ser valorizado pelos leitores – servindo a eles, antes de tudo, e não dependendo exclusivamente da arrecadação da publicidade – permitirá novamente à mídia encontrar o verdadeiro ritmo de que trata o jornalismo."
"Não digo isto [a defesa da tese do pagamento] porque eu seja 'mau', que é a definição que minha filha faz de quem quer cobrar pelo conteúdo da internet. Digo porque minha filha é muito criativa e, quando ficar mais velha, quero que ela seja remunerada pela qualidade de seu trabalho, ao invés de me procurar para pedir dinheiro ou decidir que faz mais sentido tornar-se dona de um banco de investimentos. Também o digo porque adoro jornalismo. Acho que é válido e deveria ser valorizado por seus consumidores. Cobrar pelo conteúdo força os jornalistas a uma disciplina: eles devem produzir coisas que as pessoas realmente valorizem. A necessidade de ser valorizado pelos leitores – servindo a eles, antes de tudo, e não dependendo exclusivamente da arrecadação da publicidade – permitirá novamente à mídia encontrar o verdadeiro ritmo de que trata o jornalismo."
terça-feira, 7 de abril de 2009
Conteúdo on line deve ser pago?
"Rupert Murdoch, diretor da New Corp. [uma das maiories corporações internacionais de mídia]disse que os jornais devem cobrar por seu conteúdo online e substituir assim a queda da receita publicitária." Aqui. É cada vez maior o número de vozes que se levantam para defender a cobrança do conteúdo on line. E você, o que acha?
O preço da notícia
"Se uma reportagem de capa na revista do NYT custa 40 mil dólares, qual é o futuro do jornalismo narrativo?" Knight Center.
Fortaleza e o Liceu
Comentários
Um leitor [sim, eu tenho um] me passou e-mail dizendo que não consegue postar comentários. Cliquei a opção para deixar livre, mas creio que deve haver outro problema. Já tuitei o meu consultor técnico, o Antino, amanhã espero ter resolvido o problema, para ter, pelo menos um comentário. :) [Para não perder a viagem, deixo para vocês a "Paisagem", de Hélio Rôla.]
Democracia cultural
Inscrições gratuitas para o I Seminário BNB de Política Cultural – Desafios para a Democracia Cultural. Aqui.
O desmentido da fonte
Depois do caso da "ditabranda", a Folha de S. Paulo envolve-se em mais uma polêmica. O professor Antonio Roberto Espinosa nega que tenha dado ao jornal as declarações que geraram a manchete de página [com chamada de primeira página]: "Grupo de Dilma [Roussef] planejava sequestrar Delfim [Neto]", na edição de 5/4. Veja as matérias aqui [incluindo uma entrevista com Dilma Roussef] e carta do professor aqui. São textos longos, mas vale a leitura.
De minha parte, ao ler as matérias, confrontando-a com os título e as chamadas de capa, me veio aquele sentimento, experimentado várias vezes como ombudsman: alguma coisa não se encaixa, além disso, a matéria não entrega no texto o que vende nos títulos.
De minha parte, ao ler as matérias, confrontando-a com os título e as chamadas de capa, me veio aquele sentimento, experimentado várias vezes como ombudsman: alguma coisa não se encaixa, além disso, a matéria não entrega no texto o que vende nos títulos.
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segunda-feira, 6 de abril de 2009
Unesco com biblioteca virtual
"A partir de 21 de abril, jornalistas, historiadores e estudantes de todo o mundo contarão com o acesso livre e irrestrito a uma biblioteca virtual de livros, mapas, manuscritos, filmes, gravações e fotografias. Um projeto da Unesco e 32 instituições associadas a Unesco em Paris, a Biblioteca Mundial Digital (WDL, em inglês) oferecerá material exclusivo culturais de outras bibliotecas e arquivos do mundo." IJNet
Diálogos de la comunicación
"Docentes, acadêmicos e pesquisadores em ciências da comunicação podem apresentar seus artigos para a próxima edição da revista Diálogos de la Comunicación. O último dia para enviar trabalhos é 10 de julho." IJNet
Bolsas para a Califórnia
"Jornalistas latino-americanos têm até 27 de abril para a inscrição a bolsas destinadas a um workshop de jornalismo científico. As bolsas cobrirão o custo do workshop e outros gastos. O workshop Jack F. Ealy de jornalismo científico é uma iniciativa do Instituto das Américas que acontece de 7 a 16 de julho em San Diego, Califórnia." IJNet
Da boa
A Agência da Boa Notícia tem vários prêmios para jornalistas (R$ 5.000) e para estudantes de jornalismo (R$ 2.500). A propósito, o que você acha que uma agência que só publica boas notícias?
Wolton
Dominique Wolton é um teórico da comunicação que vale a pena ler. Na contramão dos que demonizam a TV, ele acha que ela é o "alicerce da democracia de massa". Contrariando os que incensam a internet, ele lhe faz críticas. Um resumo na entrevista à Época. Tem livros publicados no Brasil; no Google acha-se mais.
Sem rolarights
Este aqui é o generoso Hélio Rôla, que acabou de se tornar o meu ilustrador oficial :):
"Amigo Plínio, me comove me ver no teu blog. Muito te agradeço a gentileza da animação... Tome a liberdade de fazer o que lhe apetecer, rolanet agradece e não pede rolarights...HeRo."
"Amigo Plínio, me comove me ver no teu blog. Muito te agradeço a gentileza da animação... Tome a liberdade de fazer o que lhe apetecer, rolanet agradece e não pede rolarights...HeRo."
Como escrever para a web
Cópia do livro acima pode ser baixado aqui [na base do 0800]. Foi escrito pelo colombiano Guilhermo Franco e traduzido pelo meu amigo Marcelo Soares - jornalista e tradutor de quadrinhos de super-heróis -, que mora em apartamento na rua da Consolação, de cuja janela ele vê o tempo nublado e o trânsito infernal de São Paulo.
Liberdade Digital
Emílio Moreno fez a gentileza de postar em seu blog uma entrevista digital que fez comigo.
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domingo, 5 de abril de 2009
Tubarões transgênicos do turismo
Hélio Rôla é um artista plástico invocado que não dá trégua aos provocadores das mazelas urbanas. Ele envia, por e-mail, a um grupo de privilegiados, entre os quais me incluo, o seu arte-informativo "Rolanet". Abaixo, reproduzo o mais recente, com a ilustração acima, dele, obviamente. É uma paulada, quero dizer, uma rolada só. Se ele me autorizar, dou o e-mail dele por aqui para vocês também receberem o "Rolanet".
O texto de Hélio Rôla:
"... quando digo que o turismo é uma guerra vulgar movida contra as pessoas, a paisagem e o sossego, o que muitos acham um exagero, chamo atenção para o fato de que o 'turismo salvador' que arrasou a praia de Iracema jamais fez, durante esse quase meio século de forró, alguma coisa de boa para os favelados do 'Baixa-pau' que continuam lá desprezados desde então e vivem nas mesmas péssimas e desumanas condições de vida... ninguém fala disso. Aposto que aquela pobreza para não enfeiar os volteios 'dos tubarões transgênicos do turismo', serão removidos, sem piedade nem respeito, e desterrados para zonas da cidade onde a vida lhes será mais difícil ainda... e lá ficarão que nem peixes fora d'agua. O Google e a secretaria de cidades sabem muito bem disso. Ou me engano? ... os artífices do aquário não temem as bombas da Luiziane no Reveillon? Saudações da pARTE do Hélio Rôla"
Quem quiser ver mais obras ele, na galeria de arte [virtual] Demócrito Dummar.
O texto de Hélio Rôla:
"... quando digo que o turismo é uma guerra vulgar movida contra as pessoas, a paisagem e o sossego, o que muitos acham um exagero, chamo atenção para o fato de que o 'turismo salvador' que arrasou a praia de Iracema jamais fez, durante esse quase meio século de forró, alguma coisa de boa para os favelados do 'Baixa-pau' que continuam lá desprezados desde então e vivem nas mesmas péssimas e desumanas condições de vida... ninguém fala disso. Aposto que aquela pobreza para não enfeiar os volteios 'dos tubarões transgênicos do turismo', serão removidos, sem piedade nem respeito, e desterrados para zonas da cidade onde a vida lhes será mais difícil ainda... e lá ficarão que nem peixes fora d'agua. O Google e a secretaria de cidades sabem muito bem disso. Ou me engano? ... os artífices do aquário não temem as bombas da Luiziane no Reveillon? Saudações da pARTE do Hélio Rôla"
Quem quiser ver mais obras ele, na galeria de arte [virtual] Demócrito Dummar.
Comunidade
A maioria dos participantes do curso Controle Social das Contas Públicas que chegar a este blog, já saberá. Mas tenho de registrar a iniciativa do Francisco de Assis Soares que abriu uma comunidade no Orkut para debater o tema.
[Clique em um dos marcados abaixo, por exemplo: "respostas" ou "controle.social", para ver todas as respostas da aula presencial sobre Jornalismo do curso Controle Social das Contas Públicas.]
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A verdade de cada um
P: Depois de eu ter falado da diferença entre a verdade factual e a "verdade de cada um", dando exemplo de um torcedor do Ceará e outro do Fortaleza - que nunca chegariam à mesma conclusão sobre o mesmo jogo -, um participante pergunta qual seria a "verdade mais lógica" ou se seria possível uma "verdade mais consensual".
R: A verdade de cada um, depende de nossas convicções: se uma pessoa é cristã, para ela existe um único Deus; se segue alguma religião oriental, os deuses poderão ser vários. Essa é a verdade de cada um. Quanto ao torcedor do Fortaleza e do Ceará, uma "verdade consensual", por exemplo, poderia ser o resultado do jogo. Esta, também, é uma verdade factual, pois comprovável. Um ou outro pode dizer que o juiz roubou, etc., mas o resultado que vai para a súmula é o que valerá - e poderá ser comprovado.
R: A verdade de cada um, depende de nossas convicções: se uma pessoa é cristã, para ela existe um único Deus; se segue alguma religião oriental, os deuses poderão ser vários. Essa é a verdade de cada um. Quanto ao torcedor do Fortaleza e do Ceará, uma "verdade consensual", por exemplo, poderia ser o resultado do jogo. Esta, também, é uma verdade factual, pois comprovável. Um ou outro pode dizer que o juiz roubou, etc., mas o resultado que vai para a súmula é o que valerá - e poderá ser comprovado.
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Jornalismo investigativo
P: Teles pergunta o que é jornalismo investigativo.
R: Alguns jornalistas rejeitam o termo "jornalismo investigativo" por julgarem que todo jornalismo necessita de certo grau de investigação. Outros, como os quais concordo, dizem que o termo é procedente, pois aponta as reportagens mais aprofundadas exigem grau elevado de investigação e pesquisa, e abordam com mais propriedade os diversos aspectos em torno do assunto que estão cobrindo.
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R: Alguns jornalistas rejeitam o termo "jornalismo investigativo" por julgarem que todo jornalismo necessita de certo grau de investigação. Outros, como os quais concordo, dizem que o termo é procedente, pois aponta as reportagens mais aprofundadas exigem grau elevado de investigação e pesquisa, e abordam com mais propriedade os diversos aspectos em torno do assunto que estão cobrindo.
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Mídia alternativa
P: Edmundo, de Paracuru, pergunta se "é possível avaliar a importância da mídia alternativa impressa (Opinião, Movimento, Pasquim, etc., frente à grande mídia".
R: Os jornais que você cita, além de terem papel fundamental na redemocratização do país, serviram de modelo para a modernização da "grande mídia", termos de design [o processo artístico e da diagramação dos jornais] e também quanto aos assuntos que eram considerados "tabus" e que passaram a ser abordados.
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R: Os jornais que você cita, além de terem papel fundamental na redemocratização do país, serviram de modelo para a modernização da "grande mídia", termos de design [o processo artístico e da diagramação dos jornais] e também quanto aos assuntos que eram considerados "tabus" e que passaram a ser abordados.
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Blog
P: Ivan Melo pergunta se existe "eficácia" no blog, se não ficaria "muito restrito".
R: Bom Ivan, como você pode ver, depois de muito resistir, caí na rede. Independentemente disso, sempre achei que qualquer meio de comunicação, por mais "restrito" que seja, tem a sua importância. Um texto interessante sempre encontra o seu destino.
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Acompanhamento
P: Iran Ribeiro quer saber por que a imprensa não acompanha os casos de corrupção "do início ao fim" do processo.
R: Esse é outro dos problemas dos meios de comunicação. O escândalo de hoje enterra o de ontem. De fato, falta um método à imprensa para acompanhar, não apenas os casos de corrupção, mas todos aqueles de interesse público.
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Templos religiosos
P: Um dos participantes pergunta por que é permitida a "manipulação das mídias" pelos templos religiosos.
R: Na verdade, os "templos religiosos", católicos ou evangélicos são hoje donos de várias "mídias". Isso remete a outro problema: a forma como são concedidas as concessões para rádios e TVs no Brasil.
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Correção
P: Luciano, de Croatá, pergunta por que a imprensa ao fazer uma denúncia [de fraude, por exemplo], que não se confirma, deixa de fazer o reparo posterior.
R: A imprensa comete vários erros e equívocos. Um deles, é não dar o mesmo destaque à correção de um erro, que dera à informação [equivocada] original.
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Liberdade da Imprensa ou da empresa?
P: O professor Cândido, de Maracanaú, pergunta se existe liberdade de imprensa ou da empresa [de comunicação].
R: O que eu sempre respondo a perguntas como essa é o seguinte: o jornalismo, com qualquer outra profissão, está sujeito a pressões: da empresa, do poder econômico, do poder religioso, dos políticos, das fontes, daqueles que são personagens da matéria, etc. Nesse jogo e pressões e contrapressões, sobra um bom espaço para a genuína liberdade de imprensa.
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Rádios comunitárias
P: Jorge Macedo apresenta como "problema grave" o uso de rádios comunitárias, principalmente no interior, por políticos.
R: De fato, muitas dessas rádios de baixa potência caíram nas mãos de políticos, infelizmente e indevidamente. Um fórum interessante para debater o assunto é a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), mas cujo blog está desatualizado. Sugiro pôr no Google "rádios comunitárias abraço", que aparecerão algumas seções estaduais com as informações atualizadas. Outra boa fonte para discutir o tema é o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que distribui um boletim gratuito, que é o melhor clipping sobre comunicação que se pode obter na rede.
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